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Pastoral Carcerária: assembleia define prioridade pela Igreja em saída

Pastoral Carcerária: assembleia define prioridade pela Igreja em saída

Com o tema “O sonho de Deus: um mundo sem cárceres” e lema “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres”, iniciou, na

Com o tema “O sonho de Deus: um mundo sem cárceres” e lema “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres”, iniciou, na última sexta-feira, 25, a Assembleia Ordinária da Pastoral Carcerária Nacional que reuniu, em Brasília, cerca de 30 pessoas – coordenadores e coordenadoras da Pastoral Carcerária em todo o Brasil. Além de trazer um resgate histórico da ação pastoral e do que é a Pastoral Carcerária e as Pastorais Sociais, a assembleia apresentou, ainda, uma análise que apontou o cenário do sistema prisional no Brasil. 

Presente na Assembleia, dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB, reforçou que a Pastoral é incômoda, mas vital. “A Pastoral visibiliza irmãos e irmãs, dá rosto, espaço onde eles e elas possam trazer suas preocupações. O nosso anúncio como católicos não é de mostrar o inferno, o pecado. Mas possibilitar criar comunidades, grupos bíblicos, onde possam se sentir igreja. Isso é vital para a experiência da fé. Essas comunidades protegem os nossos presos e presas”, afirmou o bispo.

Ainda, foi apresentado um panorama das Pastorais Sociais no Brasil, seus desafios e perspectivas. Por fim, o grupo escreveu uma carta que reafirma o objetivo pastoral e o desejo pelo “permanente trabalho em busca da promoção da dignidade humana e de um mundo sem cárceres”. No texto, a Pastoral coloca que “o Brasil não tem como esconder quase setecentas mil pessoas presas, das quais a quase metade é de presos provisórios, revelando a insustentável crueldade deste sistema.”

Confira a íntegra da carta:

Carta da Assembleia de 2016 da Pastoral Carcerária 

O Sonho de Deus: um mundo sem cárceres

“Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres.” (Gálatas 5,1)

Nós, representantes das coordenações estaduais e da coordenação nacional da Pastoral Carcerária do Brasil, reunidas e reunidos em assembleia nacional em Brasília entre os dias 25 e 27 de novembro de 2016, reafirmamos o nosso objetivo pastoral, em total sintonia com o Evangelho, que é o permanente trabalho em busca da promoção da dignidade humana e de um mundo sem cárceres.

Em comunhão com o Papa Francisco, preconizamos uma “Igreja em saída” e permanentemente junto às pessoas pobres e marginalizadas. Irmanados com as demais pastorais sociais e pastorais da juventude, nos comprometemos com a transformação das estruturas sociais a partir das necessidades das/os pobres e de todas/os que vivem e sobrevivem nas periferias sociais e existenciais. Nossa caminhada, pela defesa da vida de todas as pessoas pobres, se orienta pelo imperativo de cuidar de toda a criação, a nossa “Casa Comum”.

Frente ao encarceramento massivo e às torturas e violações da dignidade humana inerentes às prisões e a todo o sistema penal, já denunciadas há quase duas décadas quando da Campanha da Fraternidade de 1997, “Fraternidade e os Encarcerados”, ocorrida poucos anos após o maior massacre da história do sistema prisional brasileiro, conhecido como Massacre do Carandiru, em 2 de outubro de 1992, nos posicionamos de forma contundente pelo necessário desencarceramento e desmilitarização das polícias, da política e da vida.

Ao fazermos memória da Campanha da Fraternidade/97, com uma população carcerária quatro vezes maior, e oito vezes mais mulheres aprisionadas, o Brasil não tem como esconder quase setecentas mil pessoas presas, das quais a quase metade é de presos provisórios, revelando a insustentável crueldade deste sistema.

À luz da espiritualidade de Lucas 4, 16-21.29, onde o Jovem Nazareno, também sentenciado, preso, torturado e assassinado, apresenta seu programa de vida pela libertação das/os oprimidas/os e presas/os, a Pastoral Carcerária, como Pastoral Social da Igreja comprometida com um mundo livre de prisões, reafirma sua identidade de ser uma pastoral em saída; de que a unidade prevalece sobre o conflito, não evitando-o, mas enfrentando-o, eis que gerador das necessárias transformações estruturais; da importância de nossa permanente articulação com os movimentos sociais; da preponderância da realidade sobre a ideia; e comprometidos com a Pastoral de Conjunto.

De forma profética, na comemoração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora, seguimos guiados pela Mãe Aparecida, nossa mãe negra libertadora das opressões e correntes, revelada no Magnificat como mãe das/os pobres, renovamos nosso compromisso com o sonho de Deus, um mundo sem cárceres.

Brasília, 27 de novembro de 2016 Pastoral Carcerária

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