A comunidade de Selbach era originariamente parte da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Passo Fundo, então Diocese de Porto Alegre. De imediato, sabendo da chegada destes colonos católicos de origem alemã, a Igreja Católica procurou estes primeiros moradores. Em 28 de dezembro de 1903, no lombo de um burro, vindo de Saldanha Marinho e de Boa Esperança (Colorado), chega no povoado Selbach o padre Valentin Rumpel, P.S.M., pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Passo Fundo. No dia seguinte rezou a missa na casa de um morador, um brasileiro, onde hoje é o centro da cidade. O Pe. Valentim Rumpel, missionário alemão da Congregação dos padres palotinos, foi assim o primeiro guia espiritual dos pioneiros de Selbach.

A partir de 1910, com a criação da Diocese de Santa Maria, Selbach começou a pertencer à mesma, junto com toda a região norte do Estado. Com a criação do curato Sagrado Coração de Jesus do Alto Jacui (Não-Me-Toque), em 1914, começou a ser atendida pelos freis franciscanos.

Em 1911 foi construída a primeira igreja, pequena capela de madeira, dedicada a São Tiago (Skt. Jakob), em homenagem ao colonizador (Jakob Selbach). Este, como sinal de gratidão, doou um sino e uma imagem de São Tiago. Um sino maior foi doado pela família de Mathias Bogoni.

É importante também registrar que, em 1912, o Pe. Valentin Rumpel trouxe para Selbach o Pe. Theodor Amstad que fundou ali uma filial do "Katholische Volksverein" (Caixa Rural União Popular), associando 97 colonos. Esta instituição criada pelo Pe. Amstad está na origem da cooperativa de crédito que já tem mais de cem anos de bons serviços aos agricultores: SICREDI, presente em quase todas as pequenas e grandes cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Em 5 de maio de 1913 Selbach recebeu, pela primeira vez a visita de um bispo, Dom Miguel de Lima Valverde, Bispo de Santa Maria.

Em 1921 iniciou-se a construção da igreja de alvenaria. Apesar de ser apenas uma capela da Paróquia de Não-Me-Toque, foi projetada com dimensões significativas. Os moradores, na época não mais do que 160 famílias, arcaram com os custos da obra, doando e transportando madeira, pedras e areia, servindo como mão-de-obra auxiliar aos profissionais construtores e dando ou emprestando dinheiro, o suficiente para cobrir todos os custos. O grande organizador e coordenador da obra foi o Pe. Frei Polikarp Schuhen, O.F.M. e a igreja foi inaugurada em 28 de outubro de 1928. Consta no Livro Tombo: “Bênção da Igreja São Tiago. Aos 28 de outubro, festa de Cristo Rei, foi benzida solenemente pelo Revmo. Pe. Vigário Frei Polikarp Schuhen OF.M., delegado ad hoc pelo Revmo. e Exmo. Sr. Bispo Dom Attico Eusébio da Rocha, assistido pelos Revmos. Freis Dimas Wolf e Callisto Fruet, a Igreja nova de São Tiago em Selbach".

Em 1929 os Freis Franciscanos criaram uma sede em Selbach, uma espécie de Casa Canônica, onde podiam se hospedar por ocasião de visitas mais demoradas à comunidade. A casa construída ao fundo da nova igreja foi abençoada em 1º de janeiro de 1930, pelo superior, Padre Agnello Tipheide OFM.

Em 1932, de 30 de janeiro a 3 de fevereiro, realizou-se aqui o 15º Congresso dos Católicos Alemães do Rio Grande do Sul, preparado pelo dinâmico Pe. Frei Polikarp. Foi um grandioso acontecimento de âmbito estadual, com a participação de mais de 5.000 pessoas.

Assim, a 21 de janeiro de 1938, foi criada a Paróquia de São Tiago de Selbach, por Dom Antônio Reis, Bispo de Santa Maria, desmembrada das paróquias de Não Me Toque e Tapera. O primeiro pároco foi Frei Anselmo Boeckenholdt, OFM. A direção da paróquia esteve a cargo dos padres franciscanos até o ano de 1944, quando passou para os sacerdotes diocesanos.

Desde a sua chegada em 1929, as irmās de Notre Dame assumiram a educação religiosa e a catequese na Paróquia. Também sempre exerceram a direção da Escola Paroquial São Tiago até 1973, quando o ensino passou para a responsabilidade do Estado.
A partir de 25 de fevereiro de 1945 a paróquia passou a ser administrada pelos padres seculares (diocesanos), sendo empossado o Pe. Thomas Karsten.

Com a criação da Diocese de Passo Fundo, em 1951, a Paróquia passou a pertencer a esta nova diocese, que teve como seu primeiro Bispo Dom Cláudio Colling.

Em 1951, sucedeu ao Pe. Karsten o Pe. Léo Beckmann e, a este, o Pe. José Stratmann, até 1953, quando retornou para a Alemanha. O Cônego Bento Binsfeld assumiu como pároco em 1953, nomeado por Dom Cláudio Colling. Em 1954 recebeu como auxiliar o Pe. Claudino Avelino Bervian, este permaneceu com o título de auxiliar até 1955.

Por fim o Pe. Claudino Avelino Bervian tomou posse como Pároco em 18 de setembro de 1956, dirigindo a Paróquia até 31 de dezembro de 2003. Foi o mais longo paroquiato em Selbach. O Pe. Claudino conduziu com sabedoria o seu rebanho por quase cinquenta anos. A população diminuiu muito, embora a produção tenha aumentado. Por fim, ironicamente, por falta de mão de obra, começaram a chegar à Selbach populações de outras etnias e de outras religiões, mudando o panorama étnico e religioso de Selbach. O número de vocações sacerdotais e religiosas que há décadas era elevado, talvez o mais elevado da Diocese, decaiu chegando por longos tempos a zero. Hoje se busca uma retomada da evangelização, levando em conta a nova situação cultural da paróquia e da região.

No ano de 2003 a paróquia teve como Vigário Paroquial o Pe. Romão Felisberto Capossa, negro de Moçambique, que, apesar da enorme diferença cultural e étnica, teve boa atuação e aceitação. A partir de 2004 a paróquia tem como pároco o Pe. Osório Serrão.