A Pastoral Carcerária está completando, em 2022, 50 anos de constantes visitas no cárcere, presença de Igreja na visita ao Jesus encarcerado, escutando as agonias, dores e sofrimentos da população mais marginalizada do país, o grito das “periferias existenciais” cujas fileiras vêm inchando cada vez mais; somando atualmente, uma população prisional que no Brasil ultrapassa as 800 mil pessoas.

Com o carisma de estar junto com as pessoas privadas de liberdade, a coordenadora nacional da Pastoral, Irmã Petra Silvia Pfaller, fala que “lutar por elas e eles me traz a certeza do Cristo encarnado na história sempre, e nesta história eu sou convocada a ser e fazer a diferença”. O fundamental nesta missão é ir ao encontro dos mais necessitados, sobretudo, os que estão privados de sua liberdade. Em cada pessoa presa vamos encontrar o próprio Jesus presente neles.

“Os cárceres são verdadeiras máquinas de moer corpos jovens e negros, a tortura é presente 24h, como cristãos não podemos aceitar uma realidade assim, é contra o evangelho e o Reino de Deus, pois no Reino de Deus prisão, grade e algemas não tem lugar”, comentou Irmã Petra.

Ela também explica que, atualmente, temos quase um milhão de pessoas nestas condições precárias, e somente Deus pai e os agentes de pastoral convidados a estender a mão para o irmão e a irmã. “Visitar o Jesus preso, torturado e morto na cruz – Estive preso e me visitaste –  é uma missão de cada batizado, é nada demais, é uma obrigação de cada cristã”, diz.

A Arquidiocese de Passo Fundo conta com agentes da Pastoral Carcerária que realizam regularmente visitas aos presos pelo cárcere, além de prestar apoio as famílias dos detentos, o arcebispo Dom Rodolfo Luís Weber fala que “A Pastoral Carcerária é uma verdadeiramente exigente, pois vai as fronteiras, toca naquilo que há de mais frágil no ser humano, que se aproxima de fato daquilo que Cristo foi, aquele que amou sem medidas, e como ele mesmo diz, o mandamento do amor deve ser como ele amou, por isto a marca mais profunda do amor cristão é amar sem esperar retribuição, mas de uma ação total”.

Trabalhar na Pastoral Carcerária significa ser discípulo-missionário que ouviu o chamado de Jesus: “Siga-me”. Com alegria e prontidão resolveu seguir Jesus mais de perto, fazendo dele o seu Mestre e Senhor. Adotando as atitudes do Mestre, faz do Evangelho seu programa de vida, de modo que pode dizer como São Paulo: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1 Cor 9,16).

Irmã Petra explica que o perfil do agente, enquanto animador para a Iniciação da Vida Cristã, é de uma pessoa que está em comunhão com a Pastoral Carcerária em nível local, participando das reuniões de formação e de atualização. Uma pessoa que saiba trabalhar em equipe, em parceria e esteja dentro das pastorais organizadas de sua comunidade eclesial.

“Uma pessoa que saiba enfrentar os desafios, barreiras que prejudicam ou até negam o direito do trabalho de animação para a vida cristã no cárcere, mas, com diálogo, com firmeza, determinação e com muita iniciativa sabe superar os obstáculos. Pois, vai ter de se adaptar as condições precárias e as instabilidades vividas no cárcere de um modo geral. A pastoral carcerária precisa de espaços, na comunicação, eclesial e comunidades, entre outros, espaços onde possa ser conhecida, reconhecida, e apoiada porque as necessidades vindas das prisões são as mais variadas”, falou.

O Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, Pe. Ivanir Antonio Rampon, também declarou a grande importância da Pastoral para todo o Brasil, “a Pastoral Carcerária é uma concretização da misericórdia de Deus junto aos encarcerados, nos quais o próprio Jesus está presente. Vocês integrantes da Pastoral Carcerária alimentam a esperança, a justiça restaurativa e a misericórdia de Deus. Desejo que o amor de Deus continue sustentando o vosso corajoso serviço junto aos nossos irmãos encarcerados e as suas famílias”, finalizou.

Para marcar a celebração, a Pastoral está organizando uma romaria em Aparecida do Norte (SP), neste domingo, dia 28 de agosto, no Santuário Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

Amanda Nascimento
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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