Nos dias 12 a 17 de julho, Porto Velho, Rondônia, acolherá os participantes do IV congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Encontro que marca os 40 anos da CPT e acontece na Amazônia, seu berço de inspiração. O lema para esta edição é: Faz escuro, mas eu canto! Memória, Rebeldia e Esperança dos pobres da terra. Mesmo diante da noite escura por que passam as nossas comunidades, diante do descaso político em reconhecer os territórios a que povos e comunidades tem direitos, da impunidade que marca a (in)justiça brasileira, a CPT não desiste de ser companheira dos que sofrem.

É um momento estratégico para a CPT, pois deverão participar cerca de 1.000 pessoas de todo os país, entre agentes da Pastoral, trabalhadores e trabalhadoras, assessores e assessoras, convidados e convidadas. Também participarão agentes históricos que ajudaram a construir a CPT nestes 40 anos e representantes de pastorais, movimentos e organizações parceiras. A maioria dos participantes será de trabalhadores e trabalhadoras. O congresso vai escutar o que eles dizem a CPT para seu trabalho pastoral. Esse é o objetivo.

Cada regional da CPT vai apresentar três experiências e estas mostrarão a cara da Pastoral e indicar quais os caminhos por onde a CPT deve trilhar. O Regional Sul apresentará no eixo Memória, os 100 anos da Romaria do Contestado em Santa Catarina. No eixo Rebeldia, a história e a vida do quilombo Rincão dos Negros, de Rio Pardo que foi conquistado após muito preconceito racial, ameaças e até mortes. Para o eixo Esperança, será apresentado o trabalho da Escola de Jovens Rurais da Diocese de Santa Cruz do Sul, como berço de esperança para a permanência do jovem no campo.

O jovem e articulador das Pastorais Sociais, Junior Centenaro, estará participando representando a Arquidiocese de Passo Fundo. “É um momento único e especial em minha caminhada de CPT. Levo comigo os respingos da 38ª Romaria da Terra, realizada em David Canabarro, e o desafio da permanência dos jovens na roça. Levo para partilhar com agentes de todo o Brasil a nossa caminhada do Ano do Cuidado com a Vida, onde estamos agindo em prol da Mãe Terra, da água, das sementes e das agricultoras e agricultores. Levo também a nossa realidade triste e sofrida do conflito entre indígenas e agricultores pelo direito a terra, com a esperança de que o estado ponha fim a sua omissão na garantia de direitos de ambos. Levo ainda, em minha mala de garupa, os sonhos de tantos(as) jovens que apesar de fazer escuro cantam, pois um novo dia amanhecerá”, afirmou.

O congresso será realizado no Campus da Universidade de Rondônia e contará além das experiências do regionais, com momentos celebrativos, partilha de comidas típicas de todo o Brasil e apresentações dos “artistas do campo”.

Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo

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Colaboração: Junior Centenaro e Thiago Valentim