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06.Dez - Por que Nossa Nossa Senhora da Conceição se tornou a Padroeira do município de Passo Fundo?
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Por que Nossa Nossa Senhora da Conceição se tornou a Padroeira do município de Passo Fundo?

 

O território que hoje constitui a região de Passo Fundo fez parte da célebre Província Jesuítica das Missões Orientais do Uruguai. Foram seus primeiros habitantes, indígenas Tupi-Guaranis e, posteriormente, do grupo Jê, com destaque para os Kaigangs, chamados de coroados pelo colonizador europeu. Depois vieram os colonizadores e escravos. Entre os colonizadores estava o Cabo Neves, devoto de Nossa Senhora da Conceição. Abaixo, segue, um breve relato histórico...

 

Padre Francisco Ximenes e cacique Guaraé fundam a Comunidade Santa Tereza

 

A região da atual Passo Fundo, cenário das missões jesuíticas junto aos povos indígenas, encontrava-se dividida pela linha do Tratado de Tordesilhas, que separava o território português do espanhol. Nas proximidades da atual Passo Fundo, o padre diocesano Francisco Ximenes, com apoio do cacique Guaraé, ergueu a Redução de Santa Tereza (1632), que, infelizmente, foi dizimada pelos Bandeirantes (1637).

 

Na redução ou na comunidade de Santa Tereza do Ygaí (hoje Passo Fundo e arredores), quatro mil guaranis, em 1637, foram aprisionados pelos bandeirantes. O Pe. Francisco Ximenes tentou o resgate, mas a soma era impossível para os missionários pobres. Na Missa, do púlpito, o padre denunciou as injustiças e as crueldades. Os bandeirantes ouviram como se não fosse para eles. Concordaram em libertar os dois coroinhas... Nada obtendo, os dois padres enterraram os vasos e paramentos litúrgicos e partiram (cf. relato do Pe. Montoya).

 

E assim terminou uma experiência de evangelização que se mostrava promissora uma vez que havia um encontro entre a aspiração indígena da Yvy Marã Ey – a “terra sem males” – e o anúncio do Reino de Deus – Reino de fraternidade, de justiça, de amor, de graça e de paz.

 

O Rio Passo Fundo, a passagem dos tropeiros, os colonizadores e os escravos

        

O nome da cidade de Passo Fundo remonta ao século XVII. Para evitar os percalços da antiga estrada que, passando por Viamão e Santo Antônio da Patrulha, rumava em direção às terras paulistanas, abriram-se novos caminhos que cruzavam pelas terras dos pampas. Os tropeiros optaram por adentrar pela campanha, ainda "deserta", percorrendo assim um trajeto menos sinuoso entre o Sul riograndense e São Paulo e vice-versa. A designação do vau, ou seja, do riacho de águas rasantes que permitiam passar a pé, chamado de “Passo”, estendeu-se ao respectivo rio e ao lugar de sua localização, um pequeno aglomerado de casas, formado junto à estrada, dando assim origem à atual cidade de Passo Fundo. Na época da Redução de Santa Tereza, o rio chamava-se Uruguai-Mirim.

 

O rio Passo Fundo foi um marco referencial importante para a passagem dos tropeiros que abriram um novo caminho para encurtar o trajeto até a feira de Sorocaba e das Minas Gerais. Assim esse novo caminho valentemente desbravado uniu a região das Missões ao centro do País. Em 1827 e 1828, chegaram os primeiros habitantes brancos, com famílias constituídas, fazendo-se acompanhar de escravos e agregados.

 

Território de grande riqueza natural, com vantajosa situação geográfica e dispondo, além disso, de bons campos para a criação de gado e vastíssimos ervais para o fabrico do mate, rapidamente expandiu-se, tornando-se um importante centro pastoril e ervateiro do Rio Grande do Sul.

 

A organização econômica, social e política, dominante nesta fase inicial do novo povoamento (não oficial) pode ser qualificada por suas principais características como latifundiária, pastoril, patriarcal-militar e escravocrata.


Cabo Neves e Igreja: lançada a pedra fundamental da nova Igreja

 

No rol dos primeiros migrantes brancos, o Cabo Neves teve posição especial. Em recompensa pelos serviços prestados ao império recebeu uma gleba de terra na região onde hoje se localiza a Praça Almirante Tamandaré, dando-lhe o nome de “Gleba Nossa Senhora da Conceição”. Nessa época, aproximadamente, 50 famílias residiam nos arredores.

 

O Cabo Neves e sua esposa doaram à Igreja Católica um terreno para que fosse construída uma capela. No ano de 1834 veio de Porto Alegre a licença para levantá-la. Esta foi inaugurada em 23 de agosto de 1835, no lugar onde, atualmente, se localiza a Catedral Nossa Senhora Aparecida.

 

No dia 26 de novembro de 1847, dois anos após a capela ser reformada, foi criada a Paróquia como “Freguesia Nossa Senhora da Conceição Bem Aparecida de Passo Fundo”, elevada, então à condição de Matriz Paroquial.

 

Nossa Senhora da Conceição é escolhida Padroeira de Passo Fundo

 

Por ocasião da instalação do município de Passo Fundo, em 7 de agosto de 1857, de comum acordo, as autoridades civis e religiosas escolheram Nossa Senhora da Conceição como padroeira do município (que abrangia uma área maior que a atual).

 

Novas comunidades foram nascendo na região e estas pertenciam à Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Por isso, ainda hoje é chamada de “Igreja Matriz”, ou seja, “Igreja Mãe”.

 

No final do século XIX, a Matriz Nossa Senhora da Conceição foi transferida para a atual Rua Uruguai, em frente à Praça Tamandaré. Na coxilha, local anterior de sua construção, foi erguida a Capela Nossa Senhora Aparecida. Com a construção do novo templo e com a criação da Diocese de Passo Fundo, a capela se tornou Paróquia (1950), Catedral Diocesana (1951) e Catedral Metropolitana (2011).

 

A Igreja Matriz Conceição é um ponto religioso, histórico e cultural importante da cidade de Passo Fundo, sendo diariamente visitada por passofundense, mas também por pessoas de outras cidades. Favorece para isto, a sua proximidade ao Hospital São Vicente de Paulo (nascido na sacristia da Matriz Conceição...).

 

         Por muitos anos, a Matriz Conceição foi Casa de Formação dos Seminaristas de Teologia de toda a (Arqui)Diocese de Passo Fundo. E assim, na “Casa da Mãe”, fizeram uma etapa de formação, boa parte dos nossos presbíteros. Atualmente, lá reside um grupo de seminaristas que se prepara para ingressar na etapa do Discipulado.

 

175 anos da criação da Paróquia

         Neste ano, a Paróquia da Matriz Conceição está celebrando 175 de criação. Segundo o Pároco, Pe. Adelar Carlos Dalsoto, o tema escolhido para esta celebração é “Com Maria IMACULADA celebrar a vida e a caminhada de Fé nestes 175 anos de Paróquia”. Foi realizada uma Novena que teve início no dia 29 de novembro e vai, até amanhã, 07 de dezembro. Cada noite da novena teve um tema diferente para ser celebrado. Também foi convidado um padre para em cada noite presidir a Eucaristia. O dia da Imaculada Conceição – 8 de dezembro – é feriado em Passo Fundo e a Missa Festiva será às 10hs.

 

Veja também: Histórico da Arquidiocese de Passo Fundo

 


Fotógrafo: Matriz Conceição

Fonte: Coordenação Arquidiocesana de Pastoral

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