Cerca de 400 pessoas se reuniram no último sábado, 31 de agosto, em Passo Fundo para celebrar os 50 anos da Sacrosanctum Concilium, no Seminário Arquidiocesano de Liturgia.
O momento, organizado pela equipe arquidiocesana de liturgia, foi realizado no auditório do Colégio Notre Dame e iniciou com um ofício em memória da Santa Virgem Maria, que lembrou também a história da Sacrosanctum Concilium, os vocacionados do mês de agosto e a 33ª Romaria Arquidiocesana de Nossa Senhora Aparecida.
Para auxiliar na reflexão sobre o tema “Movimento Bíblico” os presentes contaram com a ajuda do Pe. Nelson Tonello, que destacou as mudanças ocorridas na Igreja a partir do Concílio de Trento, de forma especial nos Códigos, Catecismo, História Sagrada e Mesa Eucarística. Segundo ele, o Concílio Vaticano II, ocorrido de 1962 a 1965, “foi um importante marco na Igreja, principalmente através da Dei Verbum, que nos fez perceber que a Bíblia é a “Fonte” e a “Ama”, que a Mesa da Palavra e da Eucaristia estão intimamente ligadas e a necessidade da vida e da fé interpretadas à luz da palavra”.
Outra contribuição muito válida no seminário foi a do Pe. Alexander Mello Jaeger, da Diocese de Frederico Westphalen, que trabalhou a temática “Teologia da Sacrosanctum Concilium”. Pe. Alexander destacou que “quem celebra a liturgia, não celebra para si. Deve ver o mistério que celebra e o próprio Cristo. Por isso Cristo se torna presente na liturgia”. Para ele a liturgia não é um rito e não pode se resumir a isso. O mais importante é o que se celebra de fato. O assessor concluiu expressando o desejo de “que os fiéis participem da liturgia com conhecimento de causa, ativa e frutuosa”.
O Arcebispo Metropolitano de Passo Fundo, Dom Antonio Carlos Altieri ressaltou durante o encontro que “temos que oferecer o melhor que temos para Deus” e lembrou a passagem onde Jesus afirma “Este povo me louva com os lábios mas tem longe de mim o coração”, explicando que é preciso uma vivência plena da liturgia.
A parte da tarde foi oportunidade de refletir as perspectivas e os desafios pastorais para a caminhada da Igreja local, com a ajuda de Mirte Santina, integrante da equipe de liturgia arquidiocesana. Foi também momento de perceber as perspectivas que se abriram a partir da Sacrosanctum Concilium: Participação ativa de todo um povo sacerdotal; A liturgia como ação teologal; Liturgia como fonte da espiritualidade cristã; Substituição do latim pelo idioma próprio de cada povo; Devolução da Sagrada Esctritura ao podo de Deus, dentro e fora da celebração; Redescoberta da atuação do Espírito Santo na liturgia; Afirmação do sentido teológico da assembleia litúrgica como expressão do ser Igreja; Sacramentalidade de toda liturgia; Restauração do ano litúrgico em torno da vigília pascal e do domingo como dia do senhor; Substituição do gregoriano por cantos na tradição musical de cada região e Introdução de ministérios litúrgicos não clericais.
O Seminário Arquidiocesano de Liturgia foi avaliado de forma muito positiva por todos os presentes. Para aqueles que participaram o momento foi essencial para rever os desafios em cada comunidade e paróquia, além de reanimar as lideranças de toda a arquidiocese.
“Diante os limites da caminhada em face aos novos apelos de nosso tempo, a celebração jubilar, se por um lado suscita atitude orante, de agraddecimento e louvor, por outro lado, convoca a darmos passos novos na perspectiva da acolhida e do aprofundamento do espírito que dinamiza a renovação litúrgica projetada pelo Vaticano II.” - Frei Faustino
Victória Holzbach
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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