A Igreja celebra, no dia 13 de maio, os cem anos da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos
Há cem anos, na Cova da Íria, a imagem de “uma senhora mais brilhante que o sol” apareceu, sobre uma azinheira de pouco mais de um metro de altura, para três crianças que apascentavam um pequeno rebanho. Lúcia dos Santos, de 10 anos, e os seus primos Jacinta e Francisco Marto, de 7 e 9 anos, foram os primeiros a quem Nossa Senhora de Fátima procurou. Em 2017, a Igreja – que já celebra o Ano Mariano - se une para celebrar o primeiro centenário das aparições aos pastorinhos.
O fenômeno das aparições de Fátima, que iniciou em 13 de maio de 2017, se repetiu até outubro, sempre no dia 13 – exceto em agosto, mês em que as crianças, por estarem presas, receberam a visita de Nossa Senhora no dia 19. Os três sentiam as aparições de Fátima de formas diferentes: enquanto Lúcia via, ouvia e falava com a aparição, Jacinta via e ouvia e Francisco apenas a via, mas não era capaz de escutar o que ela falava.
Em meio a um cenário de conflitos e caos e preocupada com a situação da humanidade, as aparições são capazes de mostrar que, por meio da oração, é possível alcançar a misericórdia de Deus, ferida pela indiferença do homem. Assim, o pedido de Nossa Senhora de Fátima era sempre o mesmo: “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra”. Sua fala, como lembrou o papa João Paulo II, em 1997, jamais perderá a sua atualidade. “A mensagem que naquela ocasião a Virgem Santíssima dirigiu à humanidade, continua a ressoar com toda a sua força profética, convidando a todos à constante oração, à conversão interior e a um generoso empenho de reparação dos próprios pecados e daqueles de todo o mundo”.
Consagração do mundo à Virgem Maria
A estreita relação do papa Francisco com a história de Fátima se comprovou, ainda, em 13 de outubro do ano passado onde, repetindo o gesto de João Paulo II, em 13 de aio de 1982, o pontífice consagrou o mundo à Virgem Maria, em frente à imagem de Nossa Senhora de Fátima. “Beata Maria Virgem de Fátima, com renovada gratidão pela tua presença materna unimos a nossa voz àquela de todas as gerações que te chamam beata”, rezou. “Acolhe com benevolência de Mãe o ato de consagração que hoje azemos com confiança, diante desta tua imagem tão querida a nós.”, completou o papa que encerrou com o pedido: “Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção pelos pequenos e pelos pobres, pelos excluídos e os sofredores, pelos pecadores e os dispersos de coração: reúne todos sob tua proteção e os entrega ao teu Filho amado, o Senhor nosso Jesus”.
Pastorinhos: sinal de santidade
Em março deste ano, o papa Francisco aprovou o milagre – a cura de uma criança brasileira, em 2013 - “atribuído à intercessão do Beato Francisco Marto, nascido a 11 de junho de 1908 e morto a 4 de abril de 1919, e da Beata Jacinta Marto, nascida a 11 de março de 1910 e morta a 20 de fevereiro de 1920, crianças de Fátima”. A data e o local para canonização foram decididos no fim de abril: 13 de maio, no Santuário de Fátima, em Portugal. A partir daí, Francisco e Jacinta Marto, os dois irmãos que afirmaram ter visto Nossa Senhora em cima de uma azinheira em Fátima, em 1917, e que foram beatificados por João Paulo II em 2000, se tornarão os santos mais jovens da história da Igreja Católica. Assim, os dois pastorinhos são apresentados, agora, como modelo de vida e de oração para toda a Igreja.
Na oportunidade, os ritos da celebração vão envolver o pedido formal ao papa para que os nomes das duas crianças sejam inscritos no livro dos santos da Igreja Católica, apresentação da vida dos pastorinhos, apresentação das relíquias dos novos santos – dois relicários, um com uma madeixa do cabelo de Jacinta e outro com um fragmento do osso de Francisco -, leitura da fórmula de canonização e apresentação das imagens ao povo.
O processo para a canonização de Lúcia, prima de Jacinta e Francisco, que está sepultada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, desde 2006, teve início em abril de 2008. Apesar de o tempo de espera estipulado pelo direito canónico ser de cinco anos após a morte da pessoa, o papa Bento XVI autorizou o início do inquérito dois anos antes do prazo. Agora, o processo segue com a Santa Sé.
Sammara Garbelotto
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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