A Arquidiocese de Passo Fundo acolheu nos dias 12 a 14 de maio, a 29ª edição do Epiau – Encontro da Pastoral Indigenista do Alto Uruguai. O encontro, realizado na Casa de Retiros, reuniu representantes das dioceses de Erexim, Frederico Westphalen e Chapecó, além da Arquidiocese de Passo Fundo e de representantes do Conselho Indigenista Missionário do Rio Grande do Sul.
Refletindo o tema "A Pastoral Indigenista no contexto das demarcações de terras indígenas", o encontro olhou atentamente para a situação vivida no norte do Estado, especialmente pela demarcação de terras. Neste sentido, verificou-se a necessidade de uma maior compreensão desta realidade, levando em conta o contexto histórico e a conjuntura política e social.
O assessor do encontro, Roberto Liebgott, missionário do Cimi, auxiliou no debate do assunto, provocando uma análise da realidade atual. Segundo Roberto, o processo de demarcação de terras no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil não tem sido tratado com a prioridade necessária pelo governo. “Todos pressionam os ministros, porque são eles os responsáveis pela garantia da demarcação. É preciso olhar com cuidado para agricultores e indígenas, encontrando caminhos e alternativas para a situação”, afirmou. O assessor esclareceu ainda o que está previsto na Constituição de 1988 e em outras leis referentes ao assunto, criando argumentos e justificativas para a solicitação de uma resolução urgente por parte do governo.
Pe. Renato Biasi, coordenador arquidiocesano de pastoral, declara: “a Igreja Católica desta região norte do Rio Grande do Sul tem uma preocupação histórica pela evangelização junto às comunidade indígenas, assim como sempre esteve atenta ao atendimento pastoral a imigrantes, comunidades rurais e urbanas”. Pe. Renato destaca ainda o desafio de uma pastoral indigenista que leve em conta a cultura destas comunidades, sendo presença afetiva, efetiva e transformadora.
O 29º Epiau quis também apontar pistas de ação para o diálogo e o entendimento entre indígenas e agricultores, dentre as quais se destacam: realização de celebrações; aprofundamento dos direitos de agricultores e indígenas; ir ao encontro e caminhar junto com estas populações; produzir materiais resgatando a história e os direitos de ambos e garantir acesso às informações. É importante uma avaliação crítica, a partir da legislação vigente, sobre as informações reproduzidas, buscando diminuir a tensão que se criou.
Waldir Bohn Gass, assessor da Cáritas Regional do RS e articulador das pastorais sociais no Estado, provocou também para uma inclusão efetiva em espaços ampliados de participação social. Waldir destacou especialmente o Grito dos Excluídos de 2014, o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e o abaixo assinado pelas eleições limpas.
Victória Holzbach
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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