O Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Passo Fundo, no dia 23 de setembro, recebeu a sua nova Juíza Auditora, Mari Teresinha Maule. Mari desde muito nova fez parte da vivencia religiosa de sua família, por incentivo de sua avó paterna aprendeu orações e o terço. Ainda adolescente, fez parte de grupos de jovens, como a Pastoral da Juventude, Pastoral da Terra e Equipe de Liturgia da sua comunidade.
Ela realizou os estudos em Direito Canônico na Itepa Faculdades, onde notou a proximidade do Direito Civil Brasileiro com o Canônico “A partir disso, procurei me inteirar e aprofundar mais sobre esta temática, especialmente sobre o Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Passo Fundo”, comentou.
Ela também fala sobre como a área do direito e Judiciário, historicamente, sempre foram predominantemente espaços masculinos, contudo, novos ventos sopraram no decurso da história, com a participação feminina no judiciário brasileiro assumindo funções como advogadas, promotoras, juízas, delegadas, desembargadoras e ministras nos Tribunais Superiores.
“Tal fato, também ocorreu dentro da Igreja, especialmente com o incentivo do Papa Francisco, com seus escritos e tomada de decisões ao nomear mulheres em cargos importantes no Vaticano. Ao reconhecer legalmente os serviços realizados pelas mulheres nas comunidades, ao dar-lhes voz nas decisões dentro das diversas esferas da igreja, fez com que nós mulheres ao sermos reconhecidas, possamos também demonstrar a importância e relevância de nossos serviços como “diakonia”, e contribuir com o Povo de Deus, na missão e funções nas quais estamos melhor preparadas”, disse.
Mari ainda explica que o tribunal é, portanto, um instrumento técnico jurídico, utilizado para a resolução dos conflitos entre as pessoas na Igreja. Podem ser objeto de julgamento um fato jurídico a ser declarado como a validade ou não de um matrimônio, os problemas de indisciplina de pessoas do clero e de leigos, as faltas contra os sacramentos e outros assuntos. Ele é de fundamental importância para o exame, a discussão e a decisão de um assunto em questão de competência da Igreja.
“Vejo esta Missão como “Esperança” de que nós mulheres possamos assumir cada vez mais encargos desta natureza, colocando à disposição e serviço nossas experiências e saberes. Bem como, um estímulo para que possamos estar cada vez mais nos aperfeiçoando nestas temáticas; aprofundando os estudos e especialmente dar um provimento eficaz e célere a todas e todos que acorrem ao Tribunal com seus pleitos, angústias e requerimentos”, finalizou.
Amanda Nascimento
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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