Na quinta-feira, dia 30 de junho, representantes e membros das Pastorais Sociais da Arquidiocese se reuniram para fazer uma análise da realidade política e econômica. A reflexão iniciou no mês de maio a partir da Análise de conjuntura disponibilizada para a Assembleia da CNBB e seguiu nesta quinta-feira contando com o auxílio da assessoria do professor Ângelo Cenci, da UPF.
O assessor auxiliou numa leitura crítica sobre o mundo complexo, plural e desigual em que vivemos. Complexo nas várias dimensões; multifacetário em sua diversidade; desigual no aprofundamento da concentração da economia, mais especificamente o capital financeiro. Afirmou-se que o capitalismo neoliberal, mais do que um modelo econômico, é uma visão de mundo. Concentra-se na lógica competitiva, quer moldar as pessoas e atingir o seu âmago com uma resignação ("o mundo é o que está aí, não há saída"), enfatiza a lógica da meritocracia, de ser "empresário de si mesmo", promove um processo de massificação ("Só existem indivíduos!" - Margareth Tatcher), oligopólios econômicos, financeirização da economia, desdemocratização, destruição da política, fortalecimento da estrutura coercitiva e repressora do Estado. Enfim, a agenda neoliberal é a privatização, a desregulamentação, o corte de impostos e a austeridade fiscal.
As consequências desta lógica política sentem-se no Brasil atual. Há cerca de 50% da população em insegurança alimentar. Há uma crise na democracia, a falta de investimento em educação, ciência, tecnologia e inovação e o aumento dos lucros dos bancos (dos 10 bancos mais rentáveis do mundo, 4 estão no Brasil), sendo que mais de 50% da arrecadação dos impostos vai para os bancos (a chamada dívida pública). O sistema de tributação regressiva que cobra mais impostos do consumo, do que dos tributos, renda e propriedade). Nesta conjuntura complexa, sigamos com a esperança da consciência crítica!
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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