Este texto tem como objetivo dar uma resposta positiva ao chamado da Igreja para que, na condição de sujeitos eclesiais e cidadãos do mundo, Leigos e Leigas ocupem seu lugar na Igreja e na sociedade. Neste sentido, o grupo que iniciou o processo de reflexão sobre o tema, se sentiu amparado em múltiplas reflexões que norteiam a práxis laical.
Ou seja, muitos pensadores na Igreja contribuíram para que, Leigos e Leigos, passassem a ser vistos como cidadãos do mundo e sujeitos eclesiais. Um desses pensadores, Alexandre Faivre, em sua obra Os leigos nas origens da Igreja mostrou que no Novo Testamento não se enuncia o laicato, mas um povo, um povo santo, um povo eleito, um povo que exerce todo ele um sacerdócio régio e que chama cada um de seus membros a prestar a Deus um culto verdadeiro em espírito. Na verdade, não se encontra nos escritos do novo testamento uma teologia do laicato. Não há Leigos e/ou Sacerdotes como entendemos na atualidade, mas um povo todo sacerdotal, profético e régio, o Povo de Deus.
Do manancial das reflexões do Concilio Vaticano II emerge a que se refere à valorização do laicato na Igreja. Desde então, a identidade e a missão dos Leigos e Leigas na Igreja conquistaram uma nova definição e um impulso renovador. A noção de Povo de Deus exprime a profunda unidade, a comum dignidade e fundamental habilitação de todos os cristãos, Clérigos ou Leigos, na participação na vida eclesial e a corresponsabilidade na missão salvífica da Igreja.
Entendidos como membros desse povo, tanto os Clérigos quantos os Leigos têm sua função própria. De modo específico cabe aos Leigos e às Leigas a missão de ordenar o mundo e a sociedade na perspectiva do Reino de Deus (cf LG 31).
As Conferências Episcopais Latino-americanas deram especial destaque ao papel dos Leigos e das Leigas na Igreja e na sociedade. De Medellin à Aparecida, o conceito de Leigo, cidadão do mundo e sujeito eclesial, constituiu-se apelo constante para a missionaridade laical na família, no trabalho, no lazer e, em âmbitos mais abrangentes nos Conselhos Eclesiais, Comunitários e, igualmente na esfera política, espaço do exercício da caridade como alerta o Papa Francisco.
É importante lembrar que a quinta Conferência do Episcopado Latino-americano realizado sob os olhares da Mãe Aparecida, teve papel decisivo e inovador, na medida em que fez emergir uma Igreja preocupada com os desafios postos pela realidade e pela pós-modernidade, mostrando-se particularmente atenta às questões que ameaçam a vida humana, tais como, a exploração do trabalho e do meio ambiente, a pobreza e os problemas socioeconômicos da atualidade.
Diante destes apelos a Igreja Particular de Passo Fundo convida a todos os que o desejarem para participar das reuniões propostas pelo grupo de reflexão que anseia instituir um laicato eclesial comprometido com a realização do Reino de Deus.
Fonte: Selina Maria Dal Moro