“Fraternidade e Vida: dom e compromisso” é o tema escolhido para a Campanha da Fraternidade de 2020. Realizada todos os anos pela Igreja Católica no Brasil durante o período da Quaresma, a campanha é coordenada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e tem como principal objetivo despertar a solidariedade de todos os seus fiéis e também da sociedade brasileira. Neste ano, além do tema escolhido, o lema – “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34) – é um convite para olhar para a dimensão do cuidado e, ainda, para a construção do bem comum.
Dom e compromisso
A proposta desse ano é conscientizar as comunidades, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso. A ideia é estimular um pensamento voltado para a dimensão do cuidado entre as pessoas - seja nas relações de amizade, nas comunidades, nas famílias ou em quaisquer outros ambientes. Neste sentido, todo o material apresentado pela CF busca apresentar o sentido da vida que é proposto por Jesus Cristo e, a partir dele, propor atitudes de compaixão, ternura e cuidado em todas as relações humanas. Outros aspectos trazidos pelo tema são a promoção da vida - desde a fecundação até o seu fim natural -, o cuidado com a natureza, o cuidado com os jovens e com as famílias. Também, uma das propostas é destacar e divulgar as ações que já acontecem nas comunidades e que abordam a temática do cuidado com o outro e com o planeta.
Olhar para o outro
Para dom Rodolfo Luís Weber, arcebispo de Passo Fundo, o tema deste ano é um grande desafio e uma oportunidade de descartar a indiferença que é tão presente no mundo. “O objetivo é focar nos lugares e situações onde falta a fraternidade. Podemos abordar portanto, muitos pontos. Então, trazer um tema específico por ano é muito importante. E, neste ano, o tema - Fraternidade e Vida: dom e compromisso - aponta para vários elementos.”, inicia. “A vida é o dom mais importante que temos. E a dimensão do compromisso mostra o fato de estarmos com os outros - não só no sentido daquilo que recebemos, mas, especialmente, da minha colaboração com os outros.”, complementa.
O arcebispo destaca, também, que o tema é uma forma de fazer com que as pessoas compreendam a sua corresponsabilidade com o mundo. “Não somos apenas receptores. Fazemos parte da construção do mundo”, enfatiza. Ele acrescenta, ainda, que o lema proposto é um convite a olhar para o outro. “A dimensão do ‘ver’, trazida pelo lema, é uma proposta para que entremos no mundo do outro e deixemos que o outro entre no nosso mundo. E ver é o sentido que primeiro nos provoca - antes mesmo de ouvir e sentir. Então essa é uma forma de perceber a presença do outro e, então, definir que olhar quero direcionar ao outro”, completa.
Compromisso com a vida
Também, dom Rodolfo ressalta sobre a dimensão do cuidado e do sentido da vida que são trazidas pela reflexão desse ano. “O sentido da vida se constrói na medida em que realizamos algo, quando atuamos, quando vivemos por alguém ou por uma causa. A proposta é dar um sentido para tudo aquilo que vivemos. E esse é o grande desafio de toda a história: identificar as razões pelas quais eu vivo, para que eu vivo, para quem eu vivo, qual a causa para qual eu vivo.”, coloca.
Por fim, o arcebispo coloca a importância da relação entre as pessoas e da preocupação com o cenário em que estamos inseridos. “É um tema fundamental que toca todas as camadas da população e todas as classes sociais. O texto-base aborda todos os lugares onde tem a falta de vida - muitas vezes gerada pela indiferença. E propõe o compromisso de olhar para o outro. Eu me torno gente na medida em que me relaciono, que saio de mim e encontro o outro”, finaliza.
Sammara Garbelotto
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
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