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13.Abr - A bem-aventurança da fé
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A bem-aventurança da fé


Há oito dias celebramos a Páscoa e a vida cristã vai se renovando a partir do mistério pascal. A oração da coleta do segundo domingo da Páscoa reza: “Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do vosso povo na renovação da festa pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o batismo que nos lavou, o espírito que nos deu nova vida, e o sangue que nos redimiu”. A Palavra de Deus deste domingo (Atos 2,42-47; Salmo 117, 1Pedro 1,3-9 e João 20,19-31) relata a vida nova dos apóstolos após se encontrarem com o Cristo ressuscitado; o livro de Atos apresenta os traços das primeiras comunidade cristãs nascidas da fé no ressuscitado e Pedro reflete sobre a esperança viva e a fé dos batizados.




            “Bem-aventurados os que creem sem terem visto!” É a bem-aventurança da fé que Jesus pronuncia após se encontram com Tomé e pela segunda vez com os outros apóstolos. A primeira pessoa que recebeu este reconhecimento foi Maria, a Mãe do Salvador. Quando foi visitar sua prima Isabel foi-lhe dito: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque se cumprirá o que lhe foi dito da parte do Senhor” (Lc 1,45). A bem-aventurança da fé tem em Maria o modelo. Ela acompanhou Jesus em todos os passos, esteve presente aos pés da cruz e depois se manteve com os apóstolos reunidos no cenáculo em oração (At 1,14).




            A 1ª Carta de São Pedro também fala da fé. Com grande entusiasmo São Pedro indica aos recém-batizados as razões da esperança cristã e da sua alegria. “Pela ressurreição de Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível (...). Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação (...) Isto é motivo de alegria para vós (...). Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”.




            A comunidade cristã descrita no livro de Atos somente é compreensível e somente se torna real se for formada por batizados que vivem a bem-aventurança da fé. É uma nova geração e um novo modo de viver diferente de uma comunidade natural. Ela está estruturada sobre quatro colunas que sustentam o novo edifício espiritual. O primeiro é que “eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos”. Não existe comunidade cristã sem conhecimento dos fundamentos da fé, sem anúncio de Jesus Cristo, sem pregação (Rm 10,14). Uma comunidade cristã vive de Cristo ressuscitado e cresce graças à perseverança na adesão a Ele. A perseverança permite à comunidade cristã viver a fé não como algo adquirido para sempre, mas uma realidade dinâmica, que se expande e se aprofunda sempre mais.




            O segundo fundamento é a perseverança na “comunhão fraterna”. É a autêntica comunhão, não simplesmente uma amizade e nem uma sintonia de bons propósitos comuns ou motivações. A comunhão fraterna se realiza pela comunhão plena por meio de Jesus Cristo. Ele é a fonte da comunhão que passa pela preocupação mútua, pela partilha de bens materiais, pelo atendimento aos mais fragilizados e necessitados.




            O terceiro e quarto fundamento revela que eram perseverantes na “fração do pão e nas orações”. A fração do pão é o modo como São Lucas designa a Eucaristia (At 20,7). A comunidade se reunia para realizar aquilo que Jesus pediu: “Fazei isto em memória de mim”. Isto e, reunir-se e fazer memória da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus.




            Uma comunidade cristã faz a experiência de não estar reunida em torno de um ideal comum, por mais nobre que seja, mas em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo vivo e ressuscitado. São os bem-aventurados da fé, os felizes e cheios de esperança sem terem visto.



Dom Rodolfo Luís Weber

Dom Rodolfo Luís Weber

O arcebispo metropolitano de Passo Fundo, dom Rodolfo Luís Weber, escreve semanalmente artigos de opinião sobre temas diversos e latentes em nossa sociedade.

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