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28.Mar - Peregrinação quaresmal: acolher a misericórdia de Deus
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Peregrinação quaresmal: acolher a misericórdia de Deus


Temos a oportunidade de vivenciarmos a peregrinação quaresmal seguindo a espiritualidade proposta pelos domingos da quaresma neste ano litúrgico, “Ano C”. Assim, no primeiro domingo da quaresma, rezamos a ida de Jesus ao deserto para rezar e o enfrentamento das tentações (cf. Lc 4,1-13), a possibilidade de um outro caminho que não o aliançado pelo Pai que afirmara no momento do batismo que ele realizaria a sua vontade (Mt 3,17). Jesus rechaçou as tentações e reafirmou a sua fidelidade com três afirmações: não só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus; adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás; não tentarás o Senhor teu Deus.


No segundo domingo da quaresma refletimos o Evangelho da Transfiguração (Lc 9,28b-36). No meio da peregrinação missionária frente às crises internas com o grupo de discípulos e pressões internas vindas dos adversários, Jesus subiu a montanha para rezar. Destaco que o ato de rezar foi significativo. Não significa fugir do mundo, das tensões ou dificuldades, mas colocá-las diante de Deus, permitindo que sejam lidas sob a luz do seu projeto. Assim Jesus o fez. E lá na montanha, após a transfiguração, ouviu-se a confirmação vinda de Deus Pai que ali estava o seu filho e os discípulos deveriam escutá-lo, descer a montanha e continuar a missão com Ele.


Se dos dois primeiros domingos da quaresma olhamos para Jesus, no terceiro domingo, iluminados pelo Evangelho de Lucas, olhamos para nós cristãos, na individualidade dos compromissos da fé, e para Deus Pai, aquele que nos ama e tem paciência conosco (Lc 13,1-9).  O olhar para nós, cristãos, apresenta o convite explícito à conversão, marcante na peregrinação da quaresma, “convertei-vos”. O olhar para Deus acentua o propósito de acolhermos a sua paciência como impulso a nossa conversão. Ele é paciente e espera a nossa conversão, para que possamos produzir frutos, como aquele agricultor que vai adubar a figueira até que ela dê fruto.


Neste quarto domingo da quaresma somos convidados a olhar para Deus acolhendo a sua misericórdia (Lc 15, 1-3.11-32). Normalmente o texto é denominado “Filho pródigo”. Lendo-o com mais profundidade vê-se que Jesus coloca como personagem principal o Pai. Ele deve ser objeto da nossa atenção.


 Ao falar do Pai misericordioso Jesus está respondendo às criticas dos mestres de lei e dos fariseus pelo fato de se aproximar de publicanos e gente considerada pecadora. Em resposta às críticas ele explicita o sentido da sua missão, revelar o rosto misericordioso do Pai. E faz isso contando três parábolas que compõem o capítulo 15 do evangelho de Lucas, a parábola da ovelha perdida, da moeda perdida e do pai misericordioso.


 Segundo a parábola do Pai Misericordioso, um filho pediu a sua parte da herança e foi embora, abandonando sua família e gastando tudo o que tinha em uma vida desenfreada. Na saída de casa e abandono do pai imagina estar encontrando a liberdade. Aquela vida “sem regras” lhe satisfazia. Era tudo o que queria.  Com a vinda de uma grande fome na região o jovem começou a passar necessidade ao ponto de disputar comida com porcos em um emprego que arrumou. A vida que sonhara longe do pai foi um verdadeiro fracasso. Acabou pagando o preço do rompimento (pecado). Deixou de ser filho para ser escravo. Trocou a vida de abundância permanente para uma vida de carência e humilhações porque os porcos, com os quais disputava comida eram animais impuros para os judeus.


Deu-se conta da situação que vivia e arrependeu-se. Decidiu voltar para casa e pedir perdão ao seu pai. Não queria o título de filho, mas apenas um emprego e algo para comer. Todavia, o pai quando viu o filho retornando o cobriu de beijos e mandou fazer uma festa. Para ele o importante era ter o filho de volta.


 Ao contar a parábola, Jesus revela o rosto misericordioso de Deus. Afirma também que Ele quer todos próximos dele. Em alguns momentos vai buscar os considerados “perdidos” como afirma nas parábolas da ovelha e da moeda (Lc 15 1-10). Em outros espera pacientemente o retorno para acolher, cuidar e amparar, como é o caso do jovem que partiu imaginando encontrar a felicidade longe de casa.   


Ele é pura misericórdia e espera seus filhos e filhas para acolher com amor, curar as feridas e amparar. Ele está disposto a reconciliação.


Jesus, no quarto domingo da quaresma convida-nos a olharmos para o Pai e compreendermos que Ele é misericórdia. A quaresma, tempo de conversão é também tempo de acolhermos esta misericórdia e a vivermos na nossa vida.


 



Fonte: Pe. Ari Antonio dos Reis - Coordenador de Pastoral

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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