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15.Abr - Artigo 7 - O Ano Litúrgico e o Dies Domini: tornar presente aos cristãos os mistérios da salvação do Senhor
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Artigo  7 - O Ano Litúrgico e o Dies Domini: tornar presente aos cristãos os mistérios da salvação do Senhor

 


Neste segundo capítulo trilharemos um caminho de aprofundamento teológico na reflexão sobre o Domingo, Dia do Senhor, dentro do contexto do Ano Litúrgico. No dies domini comemoramos a cada celebração o mistério da Ressurreição do Senhor e conforme a Sacrosactum Concilium, no número 106, do Capítulo V há um fortalecimento e redescoberta do Ano Litúrgico: “pois nele é celebrado o Mistério de Cristo que, seguindo o ritmo dos tempos e das estações, atualiza-se em nós na Liturgia”  


O núcleo central do pensamento dos Padres Conciliares é sintetizado no número 102, no qual expõe que a Igreja considera seu dever celebrar a obra salvífica de Cristo, mediante uma recordação sagrada em dias determinados ao longo do ano. A liturgia é a reevocação   a cada celebração, especialmente na Eucaristia, é o anúncio da obra de salvação que nosso Senhor Jesus Cristo nos presenteou em seu infinito amor pela humanidade, nos fazendo perceber através de tais ritos e encontros, as maravilhas de Deus, como se lê na Sacrosanctum Concilium, n. 35. Ressalta-se ainda que durante todo o ano litúrgico revisitamos desde o nascimento de Jesus Cristo até a ascensão ao céu, também Pentecostes e a esperança do retorno Dele a este mundo.


 No ciclo semanal, o domingo ou o Dia do Senhor é o ápice dentro dos sete dias em que recordamos a Paixão, Ressurreição e glória do Senhor. Temos que destacar que também a Igreja celebra uma vez por ano, a solenidade máxima da Páscoa, juntamente com sua sagrada Paixão em uma data própria (SC, n. 102), no qual a comunidade vivencia aqueles acontecimentos por meio da proclamação da Palavra, ritos, orações (SC, n. 48) e dos sinais sensíveis (SC, n. 7). O texto também reflete a importância de nós cristãos participarmos dessa via privilegiada que nos possibilita o Ano Litúrgico, especialmente o Domingo, de entrar em contato com as salvíficas do Senhor, tornando-a atual e presente na nossa vida de cristão.


            O culto ao Mistério Pascal é a centralidade que rege o ano litúrgico da Igreja, isto fica claro em todos os documentos, mesmo assim, faz mister ressaltar que a constituição litúrgica coloca também às celebrações Marianas e aos Santos ao lado da celebração anual dos Mistérios de Cristo, sendo eles apenas um corolário de “uma ordem inferior e subordinada”, conforme escreveu Pio XII na Mediator Dei. O texto ainda reafirma a preeminência do Culto a Maria relativamente àquele dos Santos e o justifica à luz do vínculo que existe entre Cristo e Ela, unida por um vínculo indissolúvel de mãe e filho, pois nela se contempla com alegria a imaculada imagem daquilo que toda a Igreja anseia e espera ser (SC, n. 103). 


Já quanto ao culto dos Santos, a Constituição litúrgica ressalta que eles realizaram em sua vida o seguimento a Jesus, e agora no céu, louvam com Ele e Intercedem pela comunidade que os cultua por meio de uma fé intensa. Se o culto a eles for apresentado nesta ótica claramente salvadora e ligada ao Mistério Pascal, resultará que honrando os Santos e a Maria, nossa mãe, a Igreja honrará sobretudo Jesus Cristo, fonte de toda santidade e perfeição. Tanto na Sacorsactum Concilium quanto na Lumen Gentium há a percepção de que o culto mariano e dos santos não tira a centralidade do Mistério Pascal, pelo contrário, fortalece-o como um corolário intercessor junto a Jesus Cristo.


É importante destacar que após o Concílio, iniciou-se por meios de alguns integrantes da Igreja uma desestruturação das práticas de orações populares aos Santos com a convicção de que com isso os fiéis seriam levados a mais participação na Eucaristia dominical, mas ocorreu que por meio de uma liturgia clerical e incompreensível, criou-se um afastamento de fiéis no que realmente importa: pois o cristão deve estar preparado na fé sim, mas antes de tudo senti-la para poder se aproximar do Mistério de Cristo, pois as mais simples piedades populares é que oferecem em grande parte, a oportunidade de experenciar inteiramente uma celebração litúrgica dominical, conforme nos explica a Exortação Apostólica Evangeli Nuntiandi do Papa Paulo VI e os parágrafos 122 a 136 da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco.


            Portanto a Sacorsactum Concilium ressalta do ponto de vista teológico a importância de se pôr no centro de todo o Ano Litúrgico o Mistério da vida de Cristo, revisitado também a cada Domingo, inclusive com referência às celebrações marianas e às dos santos.


 


Fonte: Leticia Gheno Quadri

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