“É preciso fomentar aquele amor suave e forte pela Sagrada Escritura.”
Da renovação dos missais e lecionários, às numerosas intervenções magisteriais e ao florescimento de tantos estudos sobre o assunto. Algumas perspectivas recentes que têm um impacto particular sobre a questão da relação entre a Liturgia e a Palavra de Deus.
A RESPEITO DOS LECIONÁRIOS
O momento propício para uma avaliação séria da questão, que não se limite a algumas atualizações esporádicas dos lecionários, mas que leve em consideração todo o sistema estrutural que os fundamenta. Dar um novo impulso a uma tarefa que une o saber bíblico dos exegetas e a ciência litúrgica com a sua extraordinária pedagogia que a torna mestra da vida.
A FORMAÇÃO LITÚRGICA
“É necessário mudar o coração.” A observação do Papa Francisco põe em evidência o verdeiro problema: o desafio da formação litúrgica do povo de Deus que não pode limitar-se a simplesmente oferecer conhecimentos. Formar o povo de Deus na Liturgia. Oriente cada fiel a mergulhar na celebração cristã, para redescobrir todos os dias “a beleza da verdade”.
O Papa Francisco distingue dois aspectos: a formação para a liturgia e a formação a partir da Liturgia. Quanto ao primeiro aspecto, trata-se de ajudar cada fiel a crescer no conhecimento do sentido teológico da Liturgia. É necessário, portanto promover o estudo por meio de canais capazes de divulgar e tornar acessíveis a todos o conhecimento das preciosas contribuições de muitos estudiosos (DD, n. 35). O segundo aspecto, por sua vez, considera a ação formativa que o fiel adquire com sua participação na Liturgia (DD, n. 40)
A palavra de Deus e a Liturgia não podem se dissociar e a Palavra de Deus dá conteúdo e valor salvífico aos ritos da Liturgia e na Liturgia que se realiza aquilo que a Palavra proclama. “Bíblia e Liturgia”. Única realidade. Sem Liturgia, a Sagrada Escritura deixa de ser ela mesma, pois assim, não há Palavra de Deus que gere o seu povo. Inversamente, se não houver a Sagrada Escritura, a Liturgia deixa de ter valor de celebração.
UMA EXIGÊNCIA CONTÍNUA
A formação litúrgica só pode ter um caráter permanente e universal. “Não é algo que possa ser conquistado de uma vez por todas”, mas é uma exigência contínua da vida de fé de cada batizado e segundo a especificidade de cada vocação.
Os seminários, “para além do estudo, devem oferecer a possibilidade de experimentar” uma liturgia autêntica e vital, capaz de tocar a vida.
A plenitude da nossa formação é a conformação com Cristo. A vida cristã é um caminho contínuo de crescimento e nele “somos chamados a nos formar com alegria e em comunhão”. (DD, N. 62).
Fonte: Diác. Ari Augusto Cortez