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06.Mai - Artigo 10 - O TEMPO DO VATICANO II
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Artigo 10 - O TEMPO DO VATICANO II

 


Em 25 de janeiro de 1959, o Papa João XXIII convocou um novo Concílio, um ato inovador. A acolhida da atitude do Papa foi imensa, acendeu esperanças, expectativas, empenhos, mas também temores. Mesmo o mundo respirando com dificuldade sob o peso da Guerra Fria, gerou a perspectiva de reunir todos os cristãos.


O Papa não se deteve nas críticas, mas se concentrou na preparação do Concílio. A Igreja seguiu seu curso sem arrependimento, apesar da Contrarreforma, redescobrindo-se como povo de Deus em seu interior e reencontrando, no exterior, sua solidariedade com o mundo.


Em 3 de junho de 1963, o Papa João XXIII faleceu. Em 21 de junho de 1963, a eleição do Cardeal Giovanni Batista Montini, em sua primeira mensagem ao mundo, no dia seguinte à eleição, ele anunciava: a parte mais importante de nosso pontificado será ocupada pelo prosseguimento do Concílio.


Em 4 de dezembro de 1963, aconteceram as primeiras conclusões, sobre Liturgia, com um texto denso e inovador. O Concílio Vaticano II orientou a liturgia a ser “cume para o qual tende a atividade da Igreja e ao mesmo tempo, fonte da qual emana toda a sua força”.


O Papa Paulo VI, no discurso de conclusão da segunda sessão do Concílio, afirmou: “Bom será que recolhamos como tesouro este fruto do nosso Concílio; que o consideremos como aquilo que deve animar e caracterizar a vida da Igreja. De fato, a Igreja é uma sociedade religiosa, uma comunidade de oração, um povo que regurgita de interioridade e de espiritualidade, derivadas da fé e da graça. Prevendo possíveis críticas à reforma, acrescentou: “Não quer dizer que pretendemos diminuir a importância da oração, queremos apenas torná-la mais pura, mais genuína, mais próxima de suas fontes de verdade e de graça, mais capaz de se tornar patrimônio espiritual do povo”.


A novidade mais característica da reforma foi o uso da língua viva do povo na celebração da Missa, parcialmente introduzida em 7 de março de 1965, a Oração Eucarística permaneceu na versão latina. Paulo VI, em 4 de agosto de 1967, aprovou o uso da língua nacional também para as fórmulas de consagração da celebração. Abriu-se, assim, o caminho para as celebrações totalmente participadas pelos fiéis e por eles compreendidas.


Em 3 de abril de 1964, o Papa Paulo VI aprovou o novo “Rito da Missa” e os “Princípios e normas para o uso do Missal Romano”, e, em 25 de maio de 1969, o novo “Lecionário para a Missa”.


Entre 1969 e 1973, foram revistos e atualizados os rituais de quase todos os sacramentos, colocando em destaque o rito e o conteúdo teológico de cada um deles.


Deveria ser possível, depois de anos, fazer um discernimento sereno sobre a eficácia da Constituição sobre a Liturgia na Vida Cristã. Mas, antes mesmo de se fazer um juízo, parece necessário tentar uma breve análise das razões que a atrasaram e que ainda a atrasam. O primeiro obstáculo, é a insuficiente noção do que é a Liturgia. Quando ainda se ensina que a Missa tem a consagração como centro e que todo o resto são apenas elementos secundários e periféricos, que a comunhão fora da missa pode permanecer como prática usual, ou que a Liturgia da Palavra pode ser substituída por uma leitura privada da Bíblia, ou mesmo uma recitação do Rosário durante a consagração, não se deve surpreender se o entendimento da Liturgia pareça superficial. E isso é ainda mais grave, porque as novas gerações correm o risco de assumirem uma mentalidade distorcida que vê a Liturgia como um ritualismo desinteressante.


Enquanto a Liturgia não for entendida e vivida como a atividade-ápice da Igreja (SC, n.10), que não tem como finalidade primordial a elaboração de um sistema teológico, ou de uma ética, mas sim que se alicerça, sobretudo, na história da salvação, que atualiza hoje para seu caminho rumo ao futuro, não vemos como o que foi elaborado no Vaticano II possa ter verdadeira eficácia.


O segundo obstáculo é a ausência da catequese ou a catequese insuficiente das afirmações da renovação litúrgica. É importante oferecer uma catequese para explicar as razões que levam à introdução de tais mudanças.


Outro obstáculo à renovação é a ausência de formação bíblica, unida a uma insuficiente formação em espiritualidade da Liturgia. A renovação introduziu nas celebrações uma riqueza bíblica até então desconhecida.  É indispensável que aqueles que têm de explicar esses textos bíblicos tenham uma formação bíblica que lhes permita interpretá-los de acordo com os critérios próprios da exegese. A homilia não deve ser sobre um assunto livremente escolhido pelo pregador.


Um aspecto positivo da renovação da Liturgia, é o sentido de assembleia e da “ministerialidade”. Constata-se o crescimento de uma nova mentalidade e de uma nova espiritualidade. A introdução da língua vernácula é um dos elementos que mais favoreceu a Liturgia das Horas, antes reservada aos clérigos que sabiam latim. Agora, acessível a todos e de todos na Igreja. 


 


 


 


Fonte: Diácono Valter Rossetto e Neura Rossetto

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