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19.Abr - Fratelli Tutti: desafios contemporâneos e suas tendências
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Fratelli Tutti: desafios contemporâneos e suas tendências

Neste período que estamos atravessando da pandemia do Covid-19, somos provocados ao exercício do cuidado fraterno para o bem de toda a família humana. O Papa Francisco diante deste contexto, nos convida à necessidade urgente da construção de uma fraternidade universal e de um pacto de amizade social. No primeiro capítulo da sua Carta Encíclica Fratelli Tutti, somos conduzidos a observar algumas tendências do mundo atual que emergem, que, por sua vez, inviabilizam o diálogo, a fraternidade e a busca pela verdade e a paz.


Ao iniciar o seu olhar para os atuais desafios globais, Papa Francisco alerta: “Mas a história da sinais de regressão. Reacende-se conflitos anacrônicos que se consideravam superados, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos” (n˚11). Suas palavras buscam abrir nossos olhos e firmar nossos pés para o discernimento das atuais dicotomias da sociedade humana. Com isso, provoca e desperta nossa consciência para a reflexão dos caminhos que estamos tomando e das suas inevitáveis consequências.


Marcados pelo ritmo frenético da globalização econômica, nos deparamos com uma cultura cada vez mais indiferente às relações humanas. O atual jogo de poder – sobremaneira político, econômico e social – está impedindo de encontrarmos caminhos comuns para superarmos de forma concreta às injustiças e às variadas formas de degradação do planeta Terra. Os atuais discursos nacionalistas mascaram idealismos egoístas, manipulado e despertando cada vez mais discursos de ódio e a deterioração da consciência ética. “Os conflitos locais e o desinteresse pelo bem comum são instrumentalizados pela economia global para impor um modelo cultural único. Essa cultura unifica o mundo, mas divide as pessoas e as nações, porque ‘a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos’ (CV, n.19). Encontramo-nos mais sozinhos do que nunca neste mundo massificado, que privilegia os interesses individuais e fragiliza a dimensão comunitária da existência” (n°12).


Pode-se dizer que estamos diante um contexto donde emergem novas formas de colonização cultural que conduz à perda da consciência histórica, principalmente dos jovens, semeando uma ilusão, uma falsa utopia e a alienação. “A melhor maneira de dominar e avançar sem entraves é semear o desânimo e despertar uma desconfiança constante, mesmo disfarçada por trás da defesa de alguns valores” (n°15). O resultado da instabilidade desse tempo e da manipulação das informações é o crescente sentimento de angústia e de medo, que se traduzem nas várias formas de preconceito e de violência. “Essas situações de violência vão se ‘multiplicando cruelmente em muitas regiões do mundo, a ponto de assumir os contornos daquela que se poderia chamar uma ‘terceira guerra mundial em pedaços’ (FRANCISCO. Mensagem para 49˚ Dia Mundial da Paz de 2016” (n°25).


A leitura do Papa Francisco se estende como uma visão global dos atuais acontecimentos históricos, mas que se refletem de forma localizada nas mais diversas regiões do mundo. É um convite ao diálogo e a busca constante de superarmos o risco de sucumbirmos novamente aos mesmos erros do passado. O primeiro capítulo desta Carta Encíclica nos provoca a sairmos de nossa zona de conforto e a superarmos o olhar de indiferença para os discursos e os projetos que proferem o ódio e a violência. A busca pelo diálogo fraterno é necessária tanto para os contextos locais, mas, essencialmente, para uma perspectiva global: “Precisamos fazer crescer a consciência de que, hoje, ou nos salvamos todos ou não se salva ninguém” (n˚137). Este é o desafio: encontrarmos caminhos de corresponsabilidade e de esperança num mundo cada vez mais globalizado.


Para saber mais acesse www.itepa.com.br


Pe. Tiago André GuimarãesPresbítero da Arquidiocese de Passo Fundo. Graduado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia Berthier. Graduado em Teologia pelo Instituto de Teologia e Ciência Humanas Itepa Faculdade. E pós-graduado em Espiritualidade pelo mesmo Instituto de Teologia. Atualmente é Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus na cidade de Passo Fundo – RS.


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