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Convertei-vos e preparai o caminho do Senhor

Convertei-vos e preparai o caminho do Senhor

A comunidade cristã é convidada por João Batista à conversão e a preparar o caminho do Senhor.

Neste segundo domingo do Advento, depois de conclamada à vigilância e atenção, tema da celebração do primeiro domingo, agora a comunidade cristã é convidada por João Batista à conversão e a preparar o caminho do Senhor. Sugere-se a atitude por um motivo todo especial: o Salvador está chegando. Esta é a bonita proposta da liturgia deste segundo domingo da caminhada preparatória para o Natal do Senhor. Vamos conhecer um pouco de João Batista para em seguida compreender sua proposta e, posteriormente, quem ele apresenta para a humanidade.

João Batista, segundo a tradição bíblica, seria um parente próximo de Jesus. É filho de Zacarias e Isabel. Foi concebido na velhice de seus pais para uma grande missão, como afirma o cântico de Zacarias: “e tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irá à frente do Senhor para preparar os caminhos dele, e para dar a seu povo o conhecimento da salvação mediante o perdão dos seus pecados” (Lc 1,26-27).

No momento oportuno se apresentou para dar conta da missão a ele designada, já no início da sua vida. O texto de Mateus afirma que ele veio do deserto. Compreendamos deserto não como lugar da ausência ou da aridez, mas o lugar de onde emerge a novidade segundo a graça de Deus. É o lugar de onde surgem as transformações necessárias a uma vida afeita ao desígnio divino. É também o lugar da intimidade com Deus. Jesus foi para lá antes de iniciar a sua peregrinação missionária. Da intimidade com o Criador João Batista saiu para uma missão especial: anunciar o Salvador e motivar as pessoas a se prepararem para acolhê-lo.  Suas vestes e forma de alimentação revelam a sobriedade da sua vida e conduta. Segundo a linguagem de hoje, seria alguém perfeitamente integrado à natureza e que buscava nela o seu sustento.

Se apresentou com duas propostas. A primeira consistia no convite à conversão dirigido a todas as pessoas da Judeia: convertei-vos porque o Reinos dos Céus está próximo (Mt 3,1). Por conversão compreende-se mudança de mentalidade, de coração, que implica, como consequência, em mudança de atitudes. Tem outro aspecto importante também. Diz respeito ao foco em único objetivo, uma única direção: ao que Deus quer. Diferente da perversão que é ir em outras direções.  Esta direção tem como referência o reino a ser inaugurado por Jesus, o anunciado, um Reino de justiça, amor e vida digna para todas as pessoas. Portanto, a conversão, a única direção, provoca a superação do pecado e o compromisso de um caminhar segundo os princípios do Reino.

O processo de conversão tinha também como exigência a preparação do caminho do Senhor, ou seja, abrir uma vereda que permite a condução até ele. É um caminho diferente das estradas romanas que traziam a espoliação, violência e a destruição para o povo, especialmente os pobres. Jesus, posteriormente, seguirá estes caminhos concretizando em palavras e ações o Reino dos céus. Ele seguirá o seu caminho fazendo o bem.

O texto de Mateus apresenta também as consequências do testemunho de João Batista, o resultado do seu apostolado. Muitas pessoas iam até com vontade sincera de conversão. Demostravam arrependimento e a disposição a um outro caminhar. A estes João atendia e batizava simbolizando e ritualizando a nova vida. Mergulhavam nas águas do Jordão e saiam renovados. A água tinha o poder purificador.

João rejeitava outros grupos. Segundo o texto de Mateus, dois grupos sociais com grande influência religiosa e política também procuravam João em vista do Batismo. A estes João rejeitou e exigiu a concretude do propósito de conversão: produzi frutos que provem a vossa conversão (Mt 3,8), o caminhar em direção ao Reino. Assegura a eles que a linhagem de Abraão, a qual se apegavam, não será suficiente para garantir a salvação caso não se comprometessem em produzir os frutos da justiça do Reino. A atitude de João é denúncia da falsidade do gesto destes grupos. Ele não se comove com a conversão rápida e fácil. Exige desses grupos algo mais.

Em seguida, João falou do Batismo que Jesus operaria. Se batizava com água, o que viria após, mais forte, batizaria no Espírito Santo e no fogo, ou seja, com grande poder de transformação. Se água purifica o Espírito Santo e o fogo agregariam grande poder transformador.

A força do “anunciado” teria esse poder transformador na vida das pessoas. Todavia seria a força marcada pelo amor e ternura, ao ponto de escolher vir ao mundo encarnado em uma frágil criança que nasceu em uma pequena gruta.

Preparemo-nos para acolher este que vem para nos salvar nos convertendo a Ele.

 

Pe. Ari Antonio dos Reis – Coordenador de Pastoral

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