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13.Dez - Uma santidade a ser saciada!
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Uma santidade a ser saciada!

 


Há 50 anos, no Brasil, constituía-se a Pastoral da Juventude (PJ) com a proposta de evangelizar jovens a partir de jovens; há 40 anos, a saber, a PJ articula-se organizada no Rio Grande do Sul para que as juventudes, animadas pelo Espírito Santo, possam anunciar a pessoa e a proposta de Jesus Cristo, isto é, o Evangelho da vida, e “vida em abundância” (Jo 10,10). Coincidentemente, há 40 anos, a jovem Isabel Cristina Mrad Campos, aos 20 anos, passava a residir em Juiz de Fora MG, pois, aspirava cursar medicina para atender crianças vulneráveis; porém, tornava-se mártir, em 1º de setembro de 1982.


Isabel Cristina, nascera em Barbacena MG, no ventre de uma família cristã, envolvida na ação pastoral da comunidade, especialmente, através das pastorais sociais, como a Sociedade São Vicente de Paulo (Vicentinos). Cresceu em comunhão de fé e vida, participando dos sacramentos de iniciação à vida cristã, estudando, cultivando a espiritualidade, a afetividade e construindo seu projeto de vida ligado ao cuidado integral às pessoas, uma vez que, preparando-se para o vestibular, almejava a pediatria. “Aliás, a Igreja sempre ensinou que só a caridade torna possível o crescimento na vida da graça, porque, se ‘não tivesse amor, eu nada seria’” (1 Cor 13,2), recorda-nos Francisco na Exortação Apostólica Gaudete et Exultate (GE, n. 56).


Diuturnamente, na construção da Civilização do Amor, “todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra” (GE, n. 14). A Pastoral da Juventude, por exemplo, peregrina protagonizando atividades permanentes de esmero e proteção à vida, como a Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência contra a Mulher, porque, consciente da realidade brasileira, objetiva “realizar uma campanha profética, de abrangência nacional, em torno da discussão e do enfrentamento aos ciclos de violência contra as mulheres, que envolvem diversas dimensões, como de gênero, domésticas, familiar, física, institucional, intrafamiliar, moral, patrimonial, psicológica, sexual e midiática”.


Sim, “a santidade é o rosto mais belo da Igreja” (GE, n. 9), todavia, ter-se-á que lutar e laborar pela santificação gestando uma sociedade não violenta, mas amistosa e fraterna. Papa Francisco, por ocasião do 3º domingo do advento, em preparação ao Natal, o nascimento de Jesus, fez menção à beatificação da jovem mineira: “em Barbacena, foi beatificada Isabel Cristina Mrad Campos. Esta jovem mulher foi morta em 1982 aos 20 anos de idade, em ódio à fé, por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade. Que seu exemplo heroico inspire especialmente os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho. Um aplauso à nova Beata!” (Vatican News).


As virtudes heroicas de Isabel Cristina e seu martírio “in defensum castitatis” (em defesa da castidade) conferem-lhe, mediante promulgação pontifícia, à beatificação, celebrada em 10 de dezembro de 2022, junto ao Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, no Estado de Minas Gerais, tornando-a padroeira das jovens vítimas de estupro. Registre-se que o Não de Isabel Cristina à violência de seu algoz tornou-a mártir, em Cristo, pela efusão do seu sangue em defesa de sua dignidade integral. Faz-se urgente proclamar, ademais, que “não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo” (GE, n. 101). Portanto, quer-se seguir profeticamente evangelizando, estimulando a criação e efetivação de ações pastorais, coletivas e sociais, mescladas por políticas públicas, que dialoguem para a prevenção, enfrentamento e radicalização da violência. Eis a justa santidade a ser saciada!


Rogamos à intercessão da jovem beata Isabel Cristina para que na vida social e cristã, chamados(as) à santidade, sejamos bem-aventurados(as) na alteridade de relações saudáveis e plenas de significado às utopias concretas de um “outro mundo possível”, pois, “buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade”. Mais! “Esta justiça começa por se tornar realidade na vida de cada um, sendo justo nas próprias decisões, e depois manifesta-se na busca da justiça para os pobres e vulneráveis” (GE, n. 79). Bem sugere-nos a oração ao Deus-amor: “Que nós juventude(s) do Brasil, tendo como inspiração seu Evangelho e tendo como instrumento a Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência contra a Mulher, atuemos como entusiastas incentivadoras(es) de relações não competitivas entre as mulheres, auxiliando a promover em abundância a sensibilidade e ternura que Sua palavra anuncia”. 


 


Padre Leandro de Mello – @padreleojuventude. Passo Fundo, 13 12 2022.


foto: CNBB e Arquidiocese de Mariana


Fonte: Padre Leandro de Mello

Padre Leandro de Mello

Padre Leandro de Mello

Pároco na paróquia Nossa Senhora dos Navegantes – Ronda Alta, e Assessor da Pastoral da Juventude

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