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15.Out - Se o Paraíso não existisse, Eu o teria criado para ti.
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Se o Paraíso não existisse, Eu o teria criado para ti.

 


Imagina você ouvir isso, diretamente, dos lábios de nosso Senhor Jesus!


Essa frase foi dita por Jesus à Teresa de Ávila, ou Teresa de Jesus, que celebremos no dia de hoje.


O que dizer sobre essa mulher extraordinária. Poderia falar que é uma espanhola de sangue quente, mas com um humor invejável. Muito à frente de seu tempo, destemida, focada e com uma “determinada determinação”, que nos instiga a entender nossa missão e ir até as últimas consequências.


Teresa de Jesus foi uma mística do século XVI (1515 – 1582), que nos deixou obras escritas, mas em especial, exemplos de total abandono de si em favor da entrega completa aos planos de Deus.


Desde muito pequena já sentia o amor por Deus arder em seu coração.  Tanto é verdade que com apenas 07 anos convenceu o seu irmão mais novo (que se tornou sacerdote) a ir à região dos mouros, no Oriente, para se tornar mártir por amor a Jesus.


Sua vida foi cheia de desafios: desde a reforma do Carmelo, onde houve a “cisão” entre os carmelitas calçados (antiga observância) e a “criação” dos carmelitas descalços (teresianos). Além disso, criou 17 mosteiros femininos (de clausura) e masculinos. Escreveu 04 livros: Vida (sua autobiografia a pedido dos confessores); Caminho da Perfeição (para a educação das monjas carmelitas descalças); Fundações (só tem a estrutura e regras dos carmelos fundados) e Livro das Moradas ou Castelo Interior (última obra, a qual mostra uma maturidade de fé que transcende), além de inúmeras cartas.


Ler as obras de Santa Teresa é um momento de diversão e aprofundamento na relação íntima com Deus, consigo e com o próximo.


Não tem como não gargalhar ao ler o Livro da Vida ou refletir profundamente sobre quem você realmente é, sem filtros, enquanto pessoa e da dignidade de todos, nas páginas do Livro das Moradas.


Aliás, o termo pessoa humana foi cunhado por Teresa no Castelo Interior.  Pois, ela afirma que aqueles que se afastam do amor de Deus e não seguem Seus ensinamentos, perdem a humanidade recebida no batismo. Essas são pessoas bestiais, que não se importam com nada, além do seus próprios desejos.


Há muitas histórias deixadas sobre a relação de Teresa com seu Amado esposo Jesus. Gostaríamos de deixar duas, como exemplo da sua docilidade, amor, intimidade e amizade com Deus.


Em tempo, ela dizia que precisamos ser amigo fortes de Deus e que diariamente precisamos pedir da água que Jesus deu à samaritana.


Menino perdido no Carmelo


Certo dia, Teresa estava caminhando no Carmelo e vou um lindo menino caminhando.  Ao vê-lo, imaginou que deveria ser o sobrinho de alguma das monjas e se aproximou para conversar com ele. Ao abordá-lo, perguntou: como é o seu nome lindo menino? Ao que ele respondeu: me diga primeiro o seu. Ela lhe disse: eu sou Teresa de Jesus.  Ao que ele sorriu e disse: e Eu sou Jesus de Teresa após desapareceu.


Viagem desastrosa


Santa Teresa sofreu muito com sua saúde frágil. Por alguns anos, ficou toda encurvada e andava de joelhos. Foi muito machucada por curandeiros e médicos da época, tanto que na exumação de seu corpo, realizado no mês de setembro de 2024, ficou evidente a extrema dor que ela devia sentir nas mãos e ombros, por alguns procedimentos mal-feitos.


Dito isso, vamos à história. Teresa estava na estrada a caminho de um de seus conventos, em uma mula. Estava chovendo e, de repente, a mula a derrubou no barro.


Ela indignou-se e reclamou para Jesus que Ele deveria cuidar melhor de seus amigos. No que Jesus lhe disse: é exatamente assim que trato meus amigos.  No que Teresa rebateu imediatamente: por isso que tem tão poucos ...


A relação de Teresa com São José e a Virgem Maria


Assim como Jesus, Maria e José sempre tiveram lugar cativo no coração de Teresa. Tanto que a Ordem Carmelita é dada à Maria – Ordem dos Irmãos Descalços da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. O primeiro Carmelo reformado teve o nome de São José e a cada carmelo que surgia ela determinava que uma porta deveria se chamar Maria e a outra José.  Assim, nada de ruim poderia acontecer e todas as providência divina seriam realizadas.


Teresa sempre foi muito devota a São José e espalhou essa devoção em toda Ordem do Carmelo Descalço. Ela sempre disse que nunca se ouviu dizer de alguém que tenha recorrido a São José e ele não tenha atendido. Ficava chateada quando não lhe davam a atenção e os créditos que o pai adotivo de Jesus merecia. Dizia que parece que por Jesus ter se submetido a ele na Terra, não conseguia lhe negar nada na Céu e quem duvidasse que fizesse a prova, pedindo sua intercessão.


 Santa Teresa e sua entrada no Céu


Teresa sofreu muito com perseguições, inclusive da própria Igreja. Foi submetida ao crivo da inquisição e sempre foi questionada por ser uma andarilha, sendo que o seu lugar “deveria” ser na clausura. 


Ela sempre desejou a morte, mas no sentido de se encontrar em definitivo com Seu amado.  Ela faleceu em 04 de outubro de 1582 e há relatos que Jesus, Maria, José e uma multidão de mártires vieram buscá-la. Dizem que, imediatamente, após a sua morte, exalou um perfume de seu corpo que ficou em todo o mosteiro.


Apesar de ter falecido em 04 de outubro, por ser festa de São Francisco de Assis, comemoramos sua partida em 15 de outubro. Inclusive, seu processo de conversão teve muito do livro das Confissões de Santo Agostinho, mas o amor à vida de São Francisco pautou muito de sua radicalidade, em especial à regra da Ordem dos Carmelitas Descalços.


Dizem que o primeiro hábito foi feito pelas Clarissas (ramo feminino dos Franciscanos) e que mutuamente as duas ordens se ajudavam.


Certamente, teríamos muito mais linhas a escrever, como contar que o diabo certa vez lhe mostrou o inferno e que havia um lugar para ela ou mesmo sobre a transverberação em seu coração, quando um serafim a “golpeou” com uma lança de fogo.


Contudo, gostaríamos de findar este breve artigo com três passagens de Teresa.


No livro das Moradas, Teresa conta que a porta para entrar no Castelo Interior, onde a Santíssima Trindade habita, é a oração e a chave é o amor. Sem essas duas coisas, não há como adentrar e encontrar o Rei que lhe espera.


Ainda, certa vez, Teresa estava em um mosteiro e as monjas estavam lhe dizendo o quanto rezavam e que tudo era perfeito. Por isso, não podiam fazer as obras e os trabalhos para se manterem, porque passavam o dia rezando. No que Teresa exclamou: Santo Deus, me mande monjas porque santas já temos bastante!


Além disso, sempre dizia: tristeza e melancolia, não as quero em casa minha. Por isso, é quase impossível você se encontrar com uma carmelita e esta não estar sorrindo.


Por fim, Teresa era conectada ao Santíssimo Sacramento. Tanto que, em muitas ocasiões, ao comungar, levitava. Ainda, uma das regras de qualquer carmelita, seja monja, frade ou secular é a comunhão diária. Neste contexto, uma monja chegou a ela e disse que gostaria muito de ter caminhado com Jesus. Santa Teresa disse: que presente maior há de Jesus estar presente, dentro de nós? Que grandes obras não poderão fazer!


Essas linhas são insuficientes para contar de forma adequada sobre a importância Teresa de Jesus para a nossa Igreja.  Essa, sem dúvida, é umas das pessoas que desejamos ter conhecido, mas de dar aquele abraço quando a encontrar no Céu.


Fica aqui o convite para conhecer mais através de suas obras, de seus ensinamentos sobre meditação e contemplação e de como sermos amigos fortes de Deus.


 


Fonte: Jocelito André e Valeska Salvador

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