Pensar e construir espaços pessoais, coletivos e/ou comunitários que primem pelo bem comum, implica considerar que meios são importantes para garantir qualidade de vida aos sujeitos e ao meio ambiente. “A espiritualidade cristã propõe uma forma alternativa de entender a qualidade de vida, encorajando um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo” (LS, n. 222). A qualidade de vida compõe parte integrante dos projetos e objetivos da sociedade?
Jean Pierre Dubois-Dumée na obra “Envelhecer sem ficar velho: a aventura espiritual” pondera que “a velhice é a herança da nossa juventude”. Neste ínterim, para que a experiência do envelhecer seja uma saudável aventura, repleta de bons significados, é mister que o construto da vida, como um todo, seja marcado de qualidade e dignidade. Quem será capaz de viver em condições impróprias à vida? Há inúmeras proposições nas mais diversas áreas de saúde, lazer, conhecimento e espiritualidade que apontam luzes à realização humana.
Ao consultar um(a) profissional de saúde, certamente ter-se-á sugestão à prática de esportes, alimentação adequada, exames periódicos, horário para descanso, etc. Qualidade de vida acontece, ademais, havendo condições dignas de trabalho, educação, lazer, moradia, cultura e liberdade de culto às pessoas. A paz integral do ser humano está muito ligada ao cuidado. Cuidar é verbo e, neste sentido, evoca à ação. Construir espaços comunitários e relações saudáveis mostra-se um passo importante no cuidado com a qualidade do viver socioambiental.
Que espaços dignos à formação integral fazem parte do plano de desenvolvimento político econômico e sociocultural de nossa sociedade contemporânea? Todas as crianças e jovens, dispõem de espaços públicos aptos ao seu processo de desenvolvimento saudável e sustentável? “Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social – no plano político, econômico, cultural –, fazendo dele a norma constante e suprema do agir” (CDSI, n. 582). Salvaguardar o bem comum, a Casa Comum, a “vida em abundância” (Jo 10,10) compreende o compromisso ético e profético de cada pessoa de boa vontade que prima por alegria e qualidade ao viver!