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04.Nov - Primeira vez!
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Primeira vez!


“Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10,10) recorda-nos a sagrada escritura ao fazer menção à missão de Jesus. Este fora, a saber, o núcleo bíblico da “Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe” que, agora, chega-nos, às mãos, sintetizada em texto. Quando o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), representado em suas autoridades presidenciais, solicitou ao Papa Francisco a possibilidade de realizar uma nova Conferência Geral de Bispos, este sugeriu-lhes ousar mais e “organizar uma assembleia com representantes de todo o Povo de Deus”. Tal encontro deveria “expressar o sentido da fé dos fiéis (sensus fidei fidelium) com o qual o Espírito unta aos cristãos”.


Emerge, então, saudável inquietação pastoral e articula-se um processo participativo à comunidade eclesial latino-americana e caribenha. Muito clara fez-se a motivação papal: “esta Assembleia deve estar junto com o povo, não esqueçam que somos todos parte do Povo de Deus... a Igreja se realiza no partir do pão, a Igreja se realiza com todos sem exclusão e uma Assembleia Eclesial é um sinal disso; de uma Igreja sem exclusão” (Papa Francisco). Tal ação percebeu-se contextualizada aos primeiros passos do processo sinodal (2021-2023) convocado por Francisco afim de “celebrar a XVI Assembleia Ordinária do Sínodo dos bispos sob o tema: Por Uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.


Gestam-se, pois, simultaneamente, processos de preparação, consulta e escuta à caminhada cristã; e, se como um todo a Igreja é exortada à sinodalidade, particularmente, a Igreja Latino-americana vê-se convocada em assembleia. Por isso, coloca-se em atitude de escuta da voz do Espírito que emana do santo Povo de Deus”. Para tanto, a pergunta guia do discernimento fora: “quais são os novos desafios para nossa Igreja, à luz da V Conferência de Aparecida, os sinais de estes tempos e o magistério do Papa Francisco?”


A metodologia de trabalho salvaguardou o itinerário espiritual, guiada pelo método ver, julgar e agir, propiciando que cada participante chamado(a) à experiência, pudesse passar do “eu” ao “tu” e do “tu” ao “nós”, dialogando projetos e limitações na ação pastoral e sociotransformadora do continente. A tríade ver, julgar e agir reverberou-se em “‘escuta’ as vozes do Espírito no caminho do Povo de Deus; ‘discernimento’ à luz do Evangelho e o ensinamento da Igreja; ‘transbordamento’ criativo em novos caminhos pastorais para o futuro”.


Significa dizer que o construto da Assembleia, muito mais que organizar uma coleta de dados, “configurou uma visão participativa e contemplativa de nossos povos e comunidades eclesiais - baseada na luz da fé - que permite identificar a presença de Deus no meio da história”. Se, no princípio, a escuta propôs-se remotamente, alcançando 70 mil pessoas, aproximadamente; o encontro híbrido, em 2021, acontecera em Guadalupe, no México, reunindo múltiplas representações leigas, religiosas e clericais para dialogar e compreender que “a Igreja sinodal é uma Igreja peregrina na fé, na esperança e na caridade”. Neste sentido, viveu-se pela “poliédrica diversidade” da Assembleia Eclesial “uma verdadeira experiência de sinodalidade na escuta mútua e no discernimento comunitário do que o Espírito quer dizer a sua Igreja”.


À memória histórica da Igreja peregrina na América Latina e no Caribe subsidiam-se as “Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano, do Rio de Janeiro (1955) a Aparecida (2007), passando por Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992)” que demonstram expressiva vitalidade e aptidão em buscar escutar, discernir e transbordar “a vontade de Deus com um olhar atento à realidade, à luz dos ensinamentos do Divino Mestre”.


Sem a pretensão de apresentar-se como conclusivo, o documento intitulado “Para uma Igreja sinodal em saída para as periferias - Reflexões e propostas pastorais da Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe”, deseja “oferecer uma contribuição significativa para a reflexão e o caminho das comunidades em nosso continente, com a certeza de que ‘somos todos discípulos missionários em saída’”. Em outras palavras, refere-se a “sistematização do que foi expresso no diálogo dos participantes em quase uma centena de grupos de trabalho”, organizado nas seguintes e diversas dimensões: “querigmática e missionária; profética e formativa; espiritual, litúrgica e sacramental; sinodal e participativa; sociotransformativa, e ecológica”.


Objetivando “reanimar Aparecida”, visto ser a Conferência a reafirmar “a renovação do Concílio, e dar um novo passo na recepção do Vaticano II pelo magistério do Papa Francisco”, a Assembleia Latino-americana e Caribenha, também, ponderou acerca de importantes e inúmeros rostos, agentes de mudança socioeclesial, especialmente, mulheres e jovens. Diz-se que “os jovens, nesta nova etapa histórica, têm um importante papel a desempenhar na efetivação das novas transformações sociais e um papel de liderança na promoção das mudanças tecnológicas a nível global”. Mais! “É um sinal de esperança a crescente participação das mulheres em cargos públicos e empresariais, sua liderança em movimentos sociais e sua entrada na política em nível nacional, regional e local [...]. Há também um número crescente de mulheres na comunidade acadêmica e científica”.


É-nos, portanto, salutar conhecer, estudar e orientar nossa ação evangelizadora, à luz das proposições desta Assembleia Eclesial, que apresenta-se em três partes: Uma primeira que trata sobre os “Sinais dos tempos na vida de nossos povos” para “ouvir alguns sinais de nosso tempo e descobrir a presença de Deus na história”. A segunda, com função articuladora, a refletir “Uma Igreja sinodal e missionária ao serviço da Vida plena”. E, a última, caracteristicamente pastoral, que almeja “apresentar novos caminhos evangelizadores que o transbordamento criativo do Espírito inspira em nossas Igrejas” intitula-se: “Transbordamento criativo em novos caminhos para percorrer”.  Padre Leandro de Mello – @padreleojuventude. Passo Fundo, 01 11 2022.



Padre Leandro de Mello

Padre Leandro de Mello

Pároco na paróquia Nossa Senhora dos Navegantes – Ronda Alta, e Assessor da Pastoral da Juventude

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