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09.Ago - O dom da paternidade
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O dom da paternidade

 


Domingo celebra-se o dia dos pais. Celebrar significa tornar célebre, solene, um acontecimento porque ele é importante. A paternidade é importante.  Por ocasião do dia dos pais, a Igreja no Brasil, assinala o início da Semana da Família, demarcando a consideração e respeito pela vida familiar na estruturação da vida da pessoa, da vida comunitária e da sociedade. É mister que se cuide da integridade das famílias. Deus ama tanto as famílias que escolheu uma família para se encarnar na história da humanidade, a Família de Nazaré. Por isso, todo o ano, no mês de agosto, a Igreja no Brasil dedica uma semana para a prece e reflexão em torno desta grande riqueza, a vida familiar, porque esta Igreja doméstica é um lugar valioso para seus membros amadurecem na fé e seguimento de Jesus Cristo.


         Todavia, o objeto deste texto é um dos pilares da vida familiar, a vocação à paternidade.   Ao refletirmos a paternidade nos inspiramos no testemunho do bom e justo José declarado, o Pai de Jesus Cristo, segundo o Papa Francisco aquele que teve a “coragem de assumir a paternidade de Jesus e deu um nome” (Mt 1,21), colocando-se a serviço do plano da salvação. A vocação à paternidade é uma forma de contribuir para a obra salvadora de Deus e São José ensina assumir este compromisso. Outra inspiração de José foi sua capacidade de ação diante das situações adversas na vida da sua esposa e do Salvador: acolheu a esposa grávida e deu a Jesus um nome e o direito a um pai segundo a normativa humana (cf. Mt 1,24-25);  por ocasião do nascimento, na cidade de Belém, não havendo lugar nas hospedarias, arrumou um conforto possível na gruta, para que o filho viesse ao mundo com o mínimo de dignidade humana (cf. Lc 2,6); quando o filho estava com a vida ameaçada foi célere ao fugir para o Egito tirando da ameaça de Herodes (cf. Mt 2,14).


 Ele exerceu a paternidade superando a ilusão dos gestos de heroísmos pirotécnicos, mas fazendo o possível diante da sua condição humana, com justiça e bondade, para que seu filho vivesse bem e com integridade. Nesse sentido é inspiração para o exercício da paternidade hodiernamente. Quantos “Josés” dos tempos atuais fazem de tudo para que seus filhos e esposa vivam com dignidade com o pouco que têm.


  A paternidade como dom pode ter três dimensões que se complementam.


A paternidade biológica que é dada pela própria natureza. É próprio da natureza do homem o instinto paterno. Entretanto é algo a ser cultivado com zelo, responsabilidade e carinho. É bonito quando um pai vê suas características biológicas expressas no filho ou na filha. Sente que ali estão seus traços. Estes são dados pela natureza e exprimem sua responsabilidade em relação àquelas   vidas que Deus lhe deu para cuidar.  


O segundo aspecto é a paternidade afetiva. Diferente da paternidade biológica, esta é um processo permanente de cultivo que vai se fazendo pela proximidade e pelo amor entre pai e filhos. Os testes de DNA comprovam a paternidade biológica, o amor e o carinho atestam a paternidade afetiva. Estes não são dados geneticamente, mas são frutos de cultivo diário como escreve o Papa Francisco: toda a família é um pastoreio misericordioso. Cada um, cuidadosamente desenha e escreve na vida do outro (Al 322). Sobre a presença da figura paterna na vida dos filhos, afirma que nada substitui a figura do pai, mesmo que isso não transpareça: a verdade é que os filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus fracassos. Farão de tudo para não admitir, para não o revelar mas precisam dele. Não é bom que as crianças fiquem sem pais e, assim, deixem de ser crianças antes do tempo (AL 177). A paternidade afetiva é um caminho que se faz a cada dia e os passos são dados a cada dia segundo a experiência de cada família.


  O terceiro aspecto da paternidade é a espiritual e talvez em crise devido ao assalto de um mundo marcado pelo pragmatismo e terceirizações de todos os tipos. Pragmatismo porque a premência pela sobrevivência   dos bens materiais vem em primeiro plano. Terceirizações porque está um curso um processo de abdicação da educação dos filhos sobretudo a educação da fé. Quando os avós assumem esta tarefa há alguma esperança. Em outros casos as crianças crescem um “limbo” espiritual.


A paternidade espiritual passa pelo testemunho; e o testemunho se funda nas palavras e nos gestos que ficam gravados na mente e no coração. Jamais serão esquecidos porque vêm de alguém que é significativo, o pai.


O bom José, na bondade, justeza e silêncio inspire os pais a assumirem estas dimensões da paternidade.


 


Fonte: Pe. Ari Antonio dos Reis - Coordenador de Pastoral

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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