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19.Abr - O bom pastor: inspiração para a ação pastoral
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O bom pastor: inspiração para a ação pastoral


Neste final de semana as comunidades refletirão o evangelho do Bom Pastor apresentado pelo Evangelista João (Jo 10,1-18), o único dos quatro evangelistas a apresentar esta perícope. A partir do referido texto a Igreja propõe este dia, como o “domingo do bom pastor”, oportunidade de rezar pelas vocações ao ministério ordenado. A reflexão sobre o pastoreio não é novidade na Sagrada Escritura. Certamente Jesus, ao assumir esta condição, buscou dialogar com uma atividade muito comum no seu tempo descrita em outros momentos na Sagrada Escritura.


 No Antigo Testamento o livro do profeta Ezequiel dedica todo um capítulo para refletir sobre o papel do pastor (Ez 34). O texto se divide nas seguintes partes, a saber: a crítica aos pastores de Israel que não cuidaram do rebanho a eles confiado (Ez 34, 1-10); a ação de Deus em benefício do rebanho (Ez 34,11-16); o julgamento do rebanho diante do projeto de Deus (Ez 34, 17-22); a ação de Deus em vista do rebanho e a proposta da aliança (Ez 34, 23-31). Também o livro do profeta Isaías traz presente a missão do pastor (Is 40,11; 44,28; 56,11). O salmo 23 é uma bonita oração a partir da fé e entrega da pessoa aos cuidados de Deus, o Bom pastor: o Senhor é o meu Pastor e nada me faltará (Sl 24).


Jesus, ao assumir-se como Bom Pastor, coloca-se em diálogo com uma atividade muito comum no seu tempo e de fácil compreensão para seus interlocutores. Ao se ofertar à humanidade como bom pastor Jesus revela sua vontade de cuidar do povo, do rebanho do Senhor. E fará tudo, inclusive dar a sua vida pelo bem do rebanho, do povo de Deus. A todos acolherá com grande amor porque é a sua missão designada pelo Pai em benefício de toda a humanidade. Em vista desta celebração significativa é conveniente recuperarmos algumas características da missão de Jesus porque são referência para o agir dos ministros ordenados e todos que exercem um papel de liderança nas comunidades cristãs.


A primeira característica da ação de Jesus é a proximidade com as pessoas, o rebanho a Ele confiado. Ele fez-se próximo dos homens e mulheres do seu tempo. Era um líder que acompanhava o cotidiano das pessoas com especial atenção e carinho; e partia dessa condição para as orientações e ensinamentos. Ele, que tinha a natureza divina, se fez humano e próximo dos humanos, o Pastor que conhecia a realidade do rebanho porque estava próximo deles. Tal proximidade marcou a sua missão. Os diferentes ministérios e serviços da Igreja, sobretudo dos ministros ordenados, são constituídos com o compromisso da proximidade das pessoas, nas suas alegrias e dificuldades. Esta proximidade se evidencia no cotidiano da ação pastoral porque permite que se compartilhe as alegrias e tristezas, sofrimentos e angústias do povo de Deus dando um sentido a estas experiências.   


A segunda característica do pastor é a responsabilidade pelo rebanho. Jesus se fez próximo das pessoas do seu tempo em todas as situações, uma proximidade responsável e não interesseira. Sentia-se responsável pela realidade difícil: tenho pena desse povo pois estão como ovelhas sem pastor (Mc 6,34) ou seja sem lideranças preocupadas com o seu bem.  Diante da constatação ele assume corajosamente a missão de estar com eles e ajudá-los na superação das suas dores e sofrimentos. Age diferente dos ladrões e mercenários que só visavam se aproveitar do rebanho. Jesus veio ao mundo cumprir a vontade do Pai e servir ao seu povo. Ele veio para que todos tivessem vida e vida em abundância (Jo 10,10). Levou este compromisso até a cruz. Em nossos dias as lideranças eclesiais são instadas a esta mesma atitude como expressa a oração Eucarística VI: tornai-nos atentos às necessidades de todas as pessoas para que, participando de suas dores e angústias, de suas alegrias e esperanças, fielmente lhes anunciemos a salvação e, com eles, sigamos no caminho do vosso reino.


 A terceira característica da missão do pastor expressada na prática de Jesus é a doação. Ele assumiu plenamente esta condição: dou a minha vida pelas ovelhas (Jo 10,15). Doou-se totalmente, integralmente e livremente, pelo bem do rebanho. A doação perpassava no tempo dispensado, nas curas, nos ensinamentos, em vista do bem de todos como expressa a seguinte oração:  Ele sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas (Oração Eucarística VI D).  


A quarta caraterística é universalidade da proposta. Jesus age como pastor para o bem de todos. Em tempos de fechamentos e sectarismo Ele lembra a universalidade da salvação segundo a afirmação: tenho ovelhas que não são desse redil. Também a elas devo conduzir e haverá um só rebanho e um só pastor (Jo 10,16). Os cristãos têm algo de maravilhoso a oferecer ao mundo, Jesus e sua proposta. Esta oferta deve ser feita sem discriminação ou acepção de pessoas. O próprio Jesus nos indica esse caminho.


 


Inspirados por Jesus o bom Pastor peçamos que Deus suscite bons pastores para cuidar do Seu povo e os acompanhe na missão assumida.



Fonte: Pe. Ari Antonio dos Reis - Coordenador de Pastoral

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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