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07.Mai - Economia de Francisco e Clara e a Campanha da Fraternidade, qual é a relação e qual é o chamado da Igreja para nós
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Economia de Francisco e Clara e a Campanha da Fraternidade, qual é a relação e qual é o chamado da Igreja para nós


Esta coluna foi iniciada com uma breve explanação sobre o que é o movimento da Economia de Francisco. Caso você não o tenha lido, por favor, acesse aqui!


Hoje, tem-se como proposta, mostrar a íntima relação com o nosso cotidiano e que a Economia de Francisco e Clara não é algo longe de cada um de nós. Porém, está muito perto e é de grande preocupação social e incentivada pelos nossos pastores.


Afinal, ainda estamos vivenciando o belíssimo período da Páscoa! Ainda está muito forte em nossa mente o chamamento da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano: Fraternidade e Amizade Social; “Vós sois todos irmãos e Irmãs (Mt 23,8)”.


Para nós cristãos, a CF não deve servir apenas para o período da Quaresma. Antes de tudo é, ao menos, um convite para refletirmos durante todo o ano o seu tema e lema e como podemos inseri-los no nosso dia a dia, na nossa vida de comunidade, de trabalho, de família.


Porém, para que possamos tornar ainda mais concreta esta ligação entre a CF, a Economia de Francisco e Clara (EFC) e, neste momento, o grandíssimo período da Páscoa, vamos procurar fazer um resgate histórico da CF, seu significado e como isto pode, quem sabe deve, impactar na nossa vida de cristãos, especialmente a partir da Páscoa de Nosso Senhor, Jesus Cristo.


Pois bem, há mais de 60 anos, a Igreja Católica no nosso país, através da CF, inspirada e conduzida pelo Espírito Santo, nos convida a melhor aproveitar o tempo da Quaresma e sair de nós mesmos, pensando e agindo em prol de alguma mazela social que está ao nosso lado.


Neste ano, como mola propulsora da CF 2024 temos a Encíclica Fratelli Tutti, que nos chama a rever nossos laços de fraternidade e amizade social. Afinal, somos todos irmãos e irmãs, filhos de um mesmo Pai, que nos ama e nos salva pelo sangue redentor de Jesus Cristo.


Neste mesmo contexto, temos a primeira ligação íntima entre a CF2024 e a EFC, qual seja, um dos seus pilares: Fratelli Tutti.


Todavia, ao pensar na EFC, todo o texto base da CF tem grande sinergia. Pois, justiça social, dignidade humana e paz, são objetivos traçados para uma fraternidade pura, mas também,  para um mundo economicamente sustentável.


Por que a Igreja se preocupa com um assunto social? Será que sua dimensão não deveria ser unicamente espiritual?


Sabemos, hoje, que o ser humano é constituído de três essências – corpo, mente e espírito. Neste sentido, há uma relação entre elas e havendo um desequilíbrio, em qualquer uma delas, há um prejuízo para toda a pessoa humana.


Somos seres sociais, criados para sermos felizes e, como última vocação, voltar para a comunhão de amor da Santíssima Trindade, na Morada Eterna. Portanto, qualquer situação que retire a dignidade, seja corporal, mental ou espiritual dos seres humanos, a Igreja necessita se pronunciar e convidar seus crentes a voltarem (se converterem) aos caminhos traçados por Deus e destacados em todo o magistério da Igreja (Sagrada Escritura + Tradição).


Neste sentido, precisamos lembrar que Jesus deixa muito claro em seus ensinamentos que somos responsáveis uns pelos outros. Apenas para exemplificar, mas não esgotando este assunto: “Não devias, também tu ter compaixão do teu companheiro, como eu tive de compaixão de ti?” (Mt 18, 33). “[...] e lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, [...] vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e depois virás apresentar tua oferta”. (Mt 5, 23b-24). “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo. [...] E quem é o meu próximo? [...] que usou de misericórdia para com ele. Jesus então lhe disse: “Vai, e também tu, faze o mesmo”. (Lc 10, 27-37).


Somos todos irmãos e irmãs


Temos enfrentado nos últimos tempos, em especial, mas não somente em nosso RS, períodos complexos e desafiantes.


Muito além de apontar culpados, aquece o coração perceber a grande comoção e disponibilização das pessoas, em querer, de alguma forma ajudar.


Claro que, não podemos ser ingênuos e fechar os olhos aos presentes discursos de ódio e fake news (notícias falsas). Contudo, as boas ações ainda resultam em um saldo positivo se confrontadas com as más.


Muito além de um simples acordo de vontades


Jesus sempre nos ensinou a irmos além do contrato social (acordo intrínseco entre os habitantes para a criação de uma sociedade, na forma de um pacto de convivência), leis, normas morais e éticas. Como nos lembra Santo Agostinho: “Ame e faça o que quiser.” Portanto, a nossa base deve ser o amor. Quem ama não consegue ficar imune ao sofrimento do outro. Nosso amado Papa Francisco nos traz que quando não nos importamos mais com a dor da outra pessoa é porque nosso coração se transformou em um coração de pedra. Isto quer dizer que ele está fechado às palavras de Deus e ao sopro e às obras do Espírito Santo. Fazemos isso, pois nos vemos como autossuficientes, que não precisamos de ninguém mais, pois cada um deve fazer por si. Dessa forma, caímos na armadilha do ego inflamado e do orgulho.


Santa Madre Teresa de Calcutá nos disse: “Todos nós fomos feitos para coisas maiores. Para amar e ser amados. E assim, devemos ajudar os outros a chegar o mais próximo possível de Deus, através da nossa oração. E para isso precisamos de humildade. Por isso é difícil (acabar com o sofrimento e trazer a paz para o mundo), trazer a oração, por causa do orgulho. Jesus disse, bem claramente, “Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração”.


Meritocracia e cultura da indiferença


Aqui, vale um destaque muito importante, que é uma mentalidade da nossa atualidade, quase uma cultura, o que é mais triste, que é a do descarte e da indiferença. Novamente, trazendo presente o Papa Francisco, que nos lembra que, muitas vezes, temos a infeliz ideia de que se não tem utilidade para mim, se não vai me ajudar em qualquer coisa, não preciso e pode ser jogado fora. Porém, isso está sendo aplicado às coisas e às pessoas.


Algo que exemplifica isto é uma sentença que você já pode ter ouvido: “eu fiz por mim, então se ele(a) está nesta situação é porque quer, porque trabalho tem para todos, por isso, não preciso fazer nada para resolver. Não é meu problema!”


Agir dessa forma é renunciar o amor e a misericórdia divina, a nossa semelhança com o divino, e em última instância ao Verbo de Deus – Jesus Cristo.


Fica o convite para que possamos fazer com que a CF 2024 siga viva em nossos corações e mentes, ao menos, durante este ano e façamos da Páscoa de Cristo um impulsionador para inserirmos ações de amizade social em nossas vidas.


Por fim, que sejamos ousados e revolucionários, como nosso Senhor sempre foi, e aceitemos repensar nossa relação econômica, nos abrindo para aliviar as chagas de tantos irmãos e irmãs nossos!


 



Fonte: Jocelito André e Valeska Salvador

Economia de Francisco

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Jocelito André e Valeska Salvador. Empresários e Ministros Extraordinários da Comunhão, da Catedral Arquidiocesana Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo.

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