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26.Abr - Economia de Francisco: vamos conhecer mais este movimento
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Economia de Francisco: vamos conhecer mais este movimento


“Aos jovens economistas, empresários e empresárias do mundo inteiro.


Estimados amigos!


Escrevo-vos a fim de vos convidar para uma iniciativa que desejei muito: um evento que me permita encontrar-me com quantos estão a formar-se e começam a estudar e a pôr em prática uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a devasta. Um acontecimento que nos ajude a estar unidos, a conhecer-nos uns aos outros, e que nos leve a estabelecer um “pacto” para mudar a economia atual e atribuir uma alma à economia de amanhã.”


Assim, inicia a Carta do Papa Francisco, datada de março de 2020, que marca, de fato, o início deste movimento em prol de uma nova visão da economia mundial.


Ao ler este primeiro parágrafo, pode-se questionar por que esta preocupação do Sumo Pontífice, visto que, há muitos anos, em diversos países, houve a separação do Estado e da Igreja.  Além disso, erroneamente, pode-se pensar que tal motivação de Francisco, parte do momento econômico caótico, oriundo da pandemia de COVID-19, o qual já estava presente em muitos países.


Contudo, quem acompanha o posicionamento desde o início do seu pontificado, percebe que o Papa Francisco nos conclama a ser revolucionários e protagonistas da história que vivemos.  Fato é que em sua primeira encíclica, Evangelii gaudium (a alegria do Evangelho) já nos convidava a redescobrir nossa identidade de cristãos e a pertença a esta Igreja, que é de Jesus Cristo.


 


Conhecer para amar, apoiar e evangelizar


Pois bem, em nosso meio é muito conhecida a frase: não se ama o que não conhece e não se deixa de amar o que se conheceu.  Por isso, vamos partir do princípio:  o que é a economia de Francisco?


A Economia de Francisco (Economy of Francesco) é um movimento, iniciado pelo Papa Francisco, que convida a todos, mas em especial, os jovens economistas e estudantes, empresários e influenciadores sociais, a repensar a economia mundial.


Faz-se oportuno destacar que economia deriva de uma palavra grega (οικονομία oikosnomos), que quer dizer regras da casa. Portanto, o conjunto de bens e serviços, que são produzidos, distribuídos e consumidos, seus meandros e efeitos, dizem respeito à economia.


Todavia, é muito salutar relembrar as palavras do Papa Bento XVI sobre a economia e a finança. Ele nos diz:


“A economia e a finança não existem para si mesmas, elas não são outra coisa senão instrumento, um meio. Seu fim é unicamente a pessoa humana e sua plena realização na dignidade e este é o único capital que é oportuno salvar.”


 


Mas, por que o Papa Francisco iniciou este movimento?


Não é preciso ter um conhecimento especializado em economia para perceber que algo não está certo, a nível mundial, na forma de relação entre o ser humano e os bens produzidos.


As questões climáticas, o aumento desenfreado das desigualdades sociais, a cultura do descarte (seja de bens ou de pessoas) e o utilitarismo são alguns exemplos de mazelas e de posturas extremamente equivocadas das ações atuais do homem.


Quanto mais tecnologia temos, as quais deveriam ser entendidas como um meio para facilitar a vida e o bem-estar, mais desigualdades e destruição conquistamos. Vale ressaltar que o problema não está na tecnologia em si. Ela pode ser, sim danosa aos seres humanos, quando é utilizada de forma desproporcional e gananciosa. Especialmente quando algumas pessoas a enxergam como um objeto de poder e de potencial de riquezas (tecnocracia). A tecnologia nasceu para ser democratizada. Quanto mais escala consegue-se nela, mais barato fica o seu custo. Pense, por exemplo, como era difícil e custoso ter um telefone fixo em casa. Agora, como é fácil ter um aparelho celular. Continue este exercício e analise o quanto essa tecnologia lhe ajuda ou te prejudica no dia a dia, seja no ambiente profissional ou no pessoal. Neste contexto, você optaria por não ter um telefone celular?


Então vejamos, o Papa Francisco não está dizendo que ter um telefone celular é um problema. Todavia, construir um telefone celular que não dure mais que três anos (obsolescência programada) e que ao apresentar um defeito é mais barato comprar outro e “jogar fora” (cultura do descarte) o anterior, começa a ser um problema. Este “jogar fora”, na verdade não existe, pois este lixo vai parar em algum lugar, seja nos rios, oceanos, lixões ou em países subdesenvolvidos, que não possuem maneiras de evitar este acúmulo em seu território.


Contudo, com isso, estamos ferindo nossa Mãe Terra, nossa Casa Comum, de maneira acelerada. Caso nada fizermos, não haverá planeta para as futuras gerações. Sem visões apocalípticas, mas tendo como base o que a ciência já sabe hoje.


Neste sentido, o Papa, como nosso pastor, nos chama a vermos essa situação, julgarmos como é possível resolver e agir para transformá-la.


Pois, faz-se necessário compreender que a Terra não é nossa. Ela já existia antes de nós e existirá, de uma forma ou de outra, depois de cada um de nós. Nós a recebemos de herança de nossos pais e precisaremos deixá-la como legado para nossos filhos.


 


Quais são os pilares da Economia de Francisco?


Como detentor de uma visão privilegiada, o mentor deste movimento é o santo de Assis e sua forma de interagir com o meio, com o outro, consigo mesmo e com Deus.


Aliás, apesar do nome Francisco, o Papa Francisco deixa muito claro que o nome dessa economia é atribuído a Francisco de Assis. Aqui no Brasil, adicionou-se o nome de Clara, discípula de Francisco de Assis.  Portanto, configurou-se o nome Economia de Francisco e Clara.


Além da vida destes dois grandes santos, tem-se como pilares:


a)      Sagrada Escritura.


b)      Magistério da Igreja (nossa Tradição).


c)      Doutrina Social da Igreja (DSI).


d)      Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.


e)      Encíclica Laudato Si.


f)       Encíclica Fratelli Tutti.


g)      Exortação Apostólica Cristus Vivit.


 


Pois bem, qual é a nossa proposta?


Queremos que você conheça esta proposta do Papa Francisco e analise como ela já está presente em sua vida ou de que forma é possível torná-la mais evidente.


Portanto, iremos compartilhar os fundamentos desta nova visão econômica e o que já está funcionando ou não no restante do mundo, alinhado a este convite do Papa.


Lembre das palavras do nosso Santo Padre, “seja o(a) protagonista da história” e aceite se deixar envolver, sendo instrumento nas mãos do Senhor para melhorar e contribuir para a dignidade e justiça social.


 



Fonte: Jocelito André e Valeska Salvador.

Economia de Francisco

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Jocelito André e Valeska Salvador. Empresários e Ministros Extraordinários da Comunhão, da Catedral Arquidiocesana Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo.

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