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17.Nov - Dia mundial dos pobres
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Dia mundial dos pobres

 


Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7)


Por sugestão do Papa Francisco celebramos no próximo domingo, 33º do Tempo Comum, O Dia Mundial dos Pobres. A sugestão dessa data especial responde ao compromisso de todos os cristãos referenciado em várias passagens da Sagrada Escritura. A proximidade e responsabilidade com os pobres não é uma novidade hodierna que poderia ser superada. É a essência do cristianismo. É a resposta, a partir da fé naquele que se fez pobre para nos enriquecer (cf. 2Cor 8,9), diante de situações, geradas pela pobreza, que ferem a dignidade humana.


Em mensagem dirigida à Igreja e toda a humanidade Papa Francisco primeiramente busca embasamento bíblico no Livro de Tobias, um texto que relata a saga de uma pessoa profundamente preocupada com o bem-estar dos seus irmãos. Deste texto o Papa extraiu o lema: nunca afastes de algum pobre o teu olhar (Tb 4, 7). Convida a olhar com realismo cristão a realidade marcada por muitas necessidades: “a pobreza permeia as nossas cidades como um rio que engrossa sempre mais até extravasar; e parece submergir-nos, pois o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez mais forte”.  


A assinalação do Dia Mundial dos Pobres lembra a todos que a pobreza é uma realidade visível aos nossos olhos. E como tal assume diferentes dimensões. A princípio a dimensão mais tensa, lembrada na Campanha da Fraternidade desse ano, é a fome. O pobre é a pessoa que não tem garantida a alimentação diária e vive a realidade da insegurança alimentar.  E o próprio Jesus apontava o caminho diante da tentação dos discípulos se esquivarem da responsabilidade. Disse: “dai-lhes vos mesmos de comer” (Mt 14,16)


O texto também aborda diferentes fatores geradores de pobreza tais como as populações que vivem em cenários de guerras; a especulação nos preços nos vários setores que prejudicam profundamente as famílias; lembra a desordem ética nas relações de trabalho, especialmente o trabalho precarizado; pondera sobre a situação difícil de muitos jovens assolados por medos e tensões em uma sociedade que não os ajuda, mas os faz sentirem-se “falidos”.


Cabe lembrar, insiste o Papa Francisco, que: os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com os seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles. Nisto é importante superar a tentação do distanciamento ou da omissão. Pode ser o caminho mais cômodo, todavia contrário à proposta do Evangelho.


 E, retomando a Encíclica Pacem in Terris, de São João XXIII, aborda os direitos inalienáveis do ser humano: “o ser humano tem direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida: tais são especialmente a nutrição, o vestuário, a moradia, o repouso, a assistência sanitária, os serviços sociais indispensáveis. Segue-se daí, que a pessoa tem também o direito de ser amparada em caso de doença, de invalidez, de viuvez, de velhice, de desemprego forçado, e em qualquer outro caso de privação dos meios de sustento por circunstâncias independentes da sua vontade” (Pacem in Terris n. 11).


Existe um caminho a ser percorrido. E muitas pessoas e instituições têm dado exemplo quanto ao cuidado e atenção para com os pobres. Na mensagem o Papa recorda estas atitudes. Segundo ele são: “homens e mulheres que vivem a dedicação aos pobres e excluídos e a partilha com eles; pessoas de todas as idades e condições sociais que praticam a hospitalidade e se empenham junto daqueles que se encontram em situações de marginalização e sofrimento. Não são super-homens, mas vizinhos de casa que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres. Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa”. Motiva a agradecer a Deus por tantas iniciativas que se traduzem em sinais do Reino. Para os cristãos enfrentar a realidade da pobreza é compromisso evangélico e dialogante com a situação encontrada em cada pobre e não a partir das nossas concepções.  


A mensagem do Papa convida todos a se  darem conta da realidade de pobreza ainda presente no mundo, tornando-se  mais intensa e disseminada; assinala as diferentes dimensões deste flagelo; alerta para o risco do indiferentismo diante do sofrimento dos pobres, ao mesmo tempo que cita homens e mulheres que assumem atitudes de compromisso e responsabilidade diante do sofrimento dos irmãos necessitados; recorda que por trás  de números existem vidas humanas fragilizadas pela pobreza; convida a partir do evangelho a ver o rosto de Cristo no rosto de cada irmão sofrido do qual não devemos  afastar o nosso olhar.


 


Fonte: Pe. Ari Antonio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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