É muito bom reservar um dia para lembrar as pessoas que nos precederam na vida e já não estão mais entre nós. Assim, familiares, parentes e amigos não são esquecidos e ao lembrá-los, refazemos os afetos que nos unem pelo sangue, pela amizade ou pela fé.
1- O ÚLTIMO SUSPIRO
A morte não é uma possibilidade, apenas. É uma certeza. Nada sabemos sobre o dia e nem a hora. Também não conhecemos as circunstâncias. No entanto, carregamos conosco a nossa finitude. É certo que o tempo de vida terrena tem seus limites. A longevidade ou a brevidade depende de muitos fatores. Depende da família, da sociedade, dos outros e de nós mesmos. "Quem semeia flores colhe frutos", mas "quem semeia ventos poderá colher tempestades", nos ensinaram nossos antepassados. Como não há destino traçado, o destino é feito dia a pós dia, passo a passo. É feito aos poucos.
2- A PORTA DA ETERNIDADE
A morte é como a fruta madura que se desprende da árvore e libera a alma para a eternidade. Sempre o efêmero e o passageiro ficam para trás e a porta definitiva se abre: a alma salta, então, para dentro da eternidade e para os braços do Pai. Tudo muda. É a eternidade envolta no mistério maior. A nossa garantia está na palavra de Jesus: "não tenhais medo! Na casa do meu Pai há muitas moradas" (Jo. 14,1-4).
3- OS DOIS LADOS DA MORTE
A morte é como uma moeda. Um dos lados é sombrio. Por muitas razões, ninguém quer morrer. É sempre possível que a morte venha precedida da doença, de dores e de angústias, pois os laços são rompidos e os projetos interrompidos... Daí as muitas feridas e as cicatrizes todas e disso ninguém gosta.
Por outro lado, existe o lado luminoso, pois a morte do corpo não é a última verdade. A vida eterna é que é a verdade maior. Em outras palavras, é o aspecto espiritual da fé, do amor e da esperança que fazem toda a diferença. De Deus viemos e para Deus voltaremos. Ainda bem!
4- CEMITÉRIOS, FLORES E MUITAS VELAS ACESAS
A palavra "cemitério", na origem da língua grega, deve ser traduzida por "dormitório". Assim, cemitério é o espaço sagrado para o descanso de quem recebeu a vida em função de uma missão. As velas acesas são uma expressão da fé e as flores, uma demonstração do amor, duas coisas que não devem morrer jamais. Assim, diante do túmulo de uma pessoa querida queremos confessar a fé, refazer os laços amorosos e reafirmar o compromisso de levar adiante a mesma luta. Em outras palavras, carregamos conosco a responsabilidade de honrar o nome e a luta dos ancestrais.
Fonte: Pe. Nelson Tonello