Arquidiocese de Passo Fundo
 
 
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16.Ago - Consagradas e consagrados para servir
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Consagradas e consagrados para servir


Em decorrência do mês vocacional, nesta terceira semana do mês de agosto, iniciando no domingo, celebramos a vida e missão dos consagrados e consagradas que compõem esta grande sinfonia vocacional em vista da missão evangelizadora da Igreja. Ela responde ao apelo de Jesus em nossos tempos: pedi, pois, ao Senhor da messe (cf. Mt 9,38). Os consagrados são os homens e mulheres que dedicam integralmente sua vida à missão evangelizadora, aprofundando a consagração batismal em vista da evangelização. Verdadeiramente é um dom de Deus e vivido na força e inspiração do Espírito Santo com grande esforço pessoal e oração, porque a vida das pessoas consagradas é um testemunho de total pertença, doação e, obediência ao desígnio de Deus (cf. Cadernos do Concílio, n. 21, p.15).


A Igreja se enriquece e fortalece com o trabalho dos consagrados em suas diferentes dimensões conforme afirma a Constituição Lumem Gentium: o Sagrado Concílio confirma e louva os homens e mulheres, Irmãos e Irmãs, que, nos mosteiros, escolas, hospitais ou missões, embelezam a Igreja com a sua perseverante e humilde fidelidade na mencionada consagração, e prestam generosamente aos homens os mais variados serviços (LG 46). Na mesma perspectiva, o Documento de Aparecida descreve a Vida Religiosa como “caminho de especial seguimento de Cristo, para dedicar-se a Ele com coração indiviso e colocar-se, como Ele, a serviço de Deus e da humanidade, assumindo a forma de vida que Cristo escolheu para vir a este mundo: vida virginal, pobre e obediente (DAp 215)


Compreendamos a vida consagrada como intrinsicamente ligada à dimensão do serviço. A consagração tem esta finalidade presente na sua estrutura. Quando interpelado sobre quem era maior no Reino dos Céus (Mt 18,1), Jesus sugeriu a capacidade de acolher os pequenos, servir aos pequenos e buscar os pequenos e perdidos como critério de maioridade no Reino dos Céus, justamente o contraponto aos critérios que os discípulos tinham em mente e que, em outros momentos, Jesus fez questão de desconstruir. Dizia ao grupo: “aqueles que são vistos como governantes das nações as dominam, e seus grandes as tiranizam. Mas entre vocês não deve ser assim. Ao contrário, quem de vocês quiser ser grande, seja o servidor de vocês. E quem de vocês quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,43-44).


Ao longo da história a vida consagrada foi capaz de colocar a Igreja nas fronteiras da evangelização de uma forma belamente provocadora. Foram protagonistas de processos necessários para se viver a fidelidade ao evangelho de Jesus Cristo. Para tanto, administraram as tantas tensões, fruto das opções feitas, nas quais pesou a fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo e não à ordem do mundo. Deixaram então para Igreja e para o mundo um legado muito bonito a ser visitado, refletido e rezado.


O serviço assume diferentes acepções, que dizem respeito à dinamicidade da vida consagrada enquanto atividade e enquanto presença geográfica nos diferentes lugares do mundo. Vamos encontrar pessoas consagradas atuando justamente onde as condições de vida estão mais ameaçadas no que diz respeito à sobrevivência física. Encontramos os consagrados e consagradas cuidando da saúde, da educação, orientando sobre as relações com a natureza e na sociedade. São as mãos de Deus acariciando e cuidando da vida fragilizada e ameaçada. São as vozes orientando sobre a conduta na família, na sociedade e em relação ao mundo criado. Vários espaços educativos e de cuidado de crianças e adolescentes são mantidos por instituições de vida consagrada.


  Também encontramos os consagrados e consagradas na vida contemplativa exercitando a grande riqueza da intercessão, lembrando que, enquanto Igreja não podemos dispensar o pulmão da oração. São as mãos que se unem, os lábios que se abrem, os joelhos que se dobram para rezar e interceder por toda a Igreja. E esta intercessão tem uma força muito grande. A Igreja seria mais submissa à ordem mundana sem a força intercessora da vida contemplativa.


 A Igreja se fortalece com aqueles que assumem o compromisso missionário, saindo para fazer o primeiro anúncio e permitindo que a Boa nova do Evangelho chegue aos corações, respondendo a inquietação paulina: como poderão invocar aquele que em quem não acreditam? E como poderão acreditar naquele de quem não ouviram falar, se não houver quem o anuncie? E como anunciar, se não forem enviados? (Rm 10, 14-15). A atividade missionária dos consagrados se reveste de uma grande beleza, porque anunciam boas notícias, o Evangelho de Jesus Cristo, tremendamente transformador de corações e mentes.  A vida consagrada impele a índole missionária da Igreja.


 Em um mundo marcado pelo individualismo, pelo hedonismo e pela busca incessante de poder e riqueza, oferecem um exemplo de contracultura, apontando para valores superiores, como o serviço desinteressado, a comunhão fraterna e a justiça social sendo desta forma um forte testemunho profético  no meio social.


A vida consagrada tem exercido, ao longo dos anos, a vocação profética em nome da Igreja, sendo a voz dos sem voz, e, em muitos casos, o único canal de defesa de populações ameaçadas. O testemunho dado mantem viva profecia. Alguns deram a sua vida devido a este compromisso, como Irmã Adelaide Molinari (Congregação Filhas do Amor Divino) martirizada em 1995 na cidade de Eldorado dos Carajás – PA; Irmã Doroty Stang (Irmãs de Notre Dame de Namur), martirizada em 2005 na cidade de Anapu – PA, Pe. Ezequiel Ramim (missionário comboniano), martirizado em 1985 em Cacoal – RO, entre outros. As vidas doadas pelos consagrados e consagradas não foram em vão. São como o grão de trigo que, ao morrer produz muito fruto, produz vida. Estão diante do trono de Deus, porque deixaram suas vestes brancas no sangue do cordeiro, por isso estão diante do trono de Deus o servem dia e noite no trono dele (cf. Ap 7, 14-15)


 Certamente a atividade eclesial, em vista da evangelização, para cuidar da messe (cf Mt Mt,9,38), seria menos intensa sem a presença da vida consagrada.


  Roguemos ao Senhor da messe que todos os consagrados e consagradas, seguindo o exemplo do Mestre de Nazaré e inspirados pelo Espírito Santo, continuem levando para a frente a missão compondo esta grande sinfonia vocacional.


 


Pe. Ari Antonio dos Reis


Irmã Cristina Farias SND



Fonte: Pe. Ari Antonio dos Reis - Coordenador de Pastoral

Padre Ari Antônio dos Reis

Padre Ari Antônio dos Reis

Pároco na paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral) em Passo Fundo, Coordenador de Pastoral e professor na Itepa Faculdades

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