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06.Jan - Agendar Sinais de Esperança!
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Agendar Sinais de Esperança!


Quando interrogado acerca da importância da reflexão teológica para a vida, ou ainda, por que buscar o conhecimento contemporâneo da Teologia? Responder-se-á, em diálogo, pelo viés que corrobora para encontrar, no caminho, sinais de esperança! A busca pelo conhecimento de Deus percebe-se tão antiga quanto a pergunta: Quem é o Homem? Ou talvez, Quem Eu Sou? A ciência teológica convida a refletir sobre conceitos e ações ligadas a Deus. Ora, se Deus é Amor e transmite seu amor, em Jesus, pela graça e ação do Espírito Santo, através de Maria e José, então poderíamos, talvez, responder acerca da contribuição da teologia no mundo, pela busca constante do amor de Deus, ao povo, no caminho de esperança que ensina a construir o Reino, com justiça e vida em plenitude (Jo 10,10). Seria utópica a resposta?




O amor e a caridade nutrem de valor nossas atitudes, a ação pastoral, pois, expressam um movimento vívido ao existir e ao contemplar a graça. Bem dissera São Francisco de Sales: “na santa Igreja, tudo pertence ao amor, vive no amor, faz-se por amor e vem do amor”. No caminhar da experiência cristã aprende-se pela alteridade do viver societário a dinamizar fé e vida e, deste enamoramento, consequentemente, gesta-se o fazer teológico que descobre-se através de duas significativas premissas: a oração e a vida fraterna. O cultivo de uma vida espiritual regado na perseverante e humilde oração encharca o coração com o perfume do transcendente que transpira o humano, aberto ao Espírito Santo e disposto à revelação, o verbo feito carne (Jo 1,1-18). A vida fraterna, a saber, traduz a experiência eclesial do sentir, do tocar-se por Deus no encontrar-se com outras pessoas no cotidiano da história em permanente transformação.




Interrogações, diuturnamente, transitam a fraternidade e a amizade social. Por que, hoje, pensar e agir teologicamente? Por que pensar teologia? Por que pensar e agir? Por quê? Por acreditar que a reflexão teológica, ligada a pastoral, impulsiona à construção de relações fraternas e sadias à prática evangelizadora, mesmo quando descobre-se a inexistência da Bíblia em mãos, haja vista que a Palavra de Deus revela-se, passo-a-passo, intrínseca à vida das pessoas. Por saber que o conhecimento teológico é libertador às mentes doentias, prisioneiras ou mesmo, esclarecidas e conscientes, quando dialogado e fundamentado na práxis, considerando a realidade na qual se insere.




A experiência do fazer teológico propõe-nos o exercício de ser cântaro com água viva aos sedentos(as) de Deus a peregrinar a aridez contemporânea e social. Talvez, neste período histórico da caminhada cristã, o ser presbítero, in persona christi, implique a árdua e terna práxis do descobrir-se sagaz intérprete da realidade humana com diagnóstico de inanição para a comensalidade do sagrado. Segue-se, então, ousando pensar teologia, por acreditar na força da reflexão transformadora que conduz para a práxis libertadora nos processos pastorais. Por quê? Porque é compromisso ético-cristão dialogar e gerar processos capazes de contribuir com a construção do Reino de Deus que acontece pelas relações de alteridade na comunidade, a luz da fé, na escuta da Palavra, na fração do pão, na comunhão fraterna e na oração (At 2,42-47). Pensa-se Teologia por opção vocacional, profética e, conscientemente, busca-se tornar melhor a sociedade a qual habitamos. Afinal, que cidadãos seríamos se não tornássemos melhor a comunidade humana que vivemos?




Caminhar junto a sociedade, sem temer a insurgência de interrogações, habitando o seio da vida sociopolítica, econômico cultural e religiosa, partilhar vivências, escutar, dialogar e respirar o Evangelho serão alternativas propícias à evangelização cotidiana, reverberada na gratuidade, enquanto resposta ao constante chamado de Deus à humanização. O construto deste peregrinar gesta-se, assim, fecundo na compreensão integral e profunda de uma evangelização que traz, à luz da fé, a vida divina ligada à vida de cada pessoa, de cada sujeito, pois, “a cada um é concedida a manifestação do Espírito para o bem comum” (1Cor 12,7).




A vida mesclada a experiência de fé, pela caridade e o amor, no discernimento, conduz à alegria, ao êxtase de sentido, vislumbrado no horizonte da esperança, o Reino de Deus. A dádiva deste processo de discipulado e apostolado revela-se totalmente na extraordinária caridade amorosa de Jesus Cristo capaz de devotar-se à cruz por nós, em atenção à intima relação com o Pai (Jo 14,11). Santo Agostinho dissera: “Que há de mais fiel que a caridade? Fiel não ao efêmero, mas ao eterno!” A Teologia, portanto, abrindo portas, e talvez algumas janelas, permite-se caminhar junto às pessoas, não apenas clérigos e consagrados(as), mas na Eclésia, como um todo. Uma vez libertos(as) dos muros existenciais, a Teologia e o pensar teológico, emancipados, proporcionam caminhos de esperança aos povos, em especial, aos pobres. Não aspira-se ter a razão absoluta do saber, antes sim, construir pegadas e sugerir pistas no caminhar pelo fazer e refletir a vida que realiza-se de esperança em esperança, na esperança de alcançar um outro mundo possível, a saber, a Civilização do Amor!


  


Padre Leandro de Mello – @padreleojuventude. Passo Fundo, 03 01 2023.



Padre Leandro de Mello

Padre Leandro de Mello

Pároco na paróquia Nossa Senhora dos Navegantes – Ronda Alta, e Assessor da Pastoral da Juventude

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