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Artigo 29 – A SAGRADA ESCRITURA NA LITURGIA

Artigo 29 – A SAGRADA ESCRITURA NA LITURGIA

  Recomendações da Sacrosanctum Concilium para a homilia Pela importância da Sagrada Escritura nas celebrações comunitárias, foi necessário compreender anteriormente

 

Recomendações da Sacrosanctum Concilium para a homilia

Pela importância da Sagrada Escritura nas celebrações comunitárias, foi necessário compreender anteriormente a relação profunda que existe entre Palavra e Eucaristia. A Igreja é clara em afirmar que sua missão é “distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo” (Dei Verbum, 21).

Todavia, percebe-se que a Palavra ainda não tem o destaque devido em toda as comunidades. A missão da Igreja, especialmente para os ministros ordenados, é ser uma ponte entre a comunidade e a Revelação Divina. Algumas sugestões presentes na Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium (SC) ajudam a entender o lugar da Palavra de Deus na vida do cristão.

Destas ações, quatro se destacam: a) diversificar os textos bíblicos para o uso litúrgico; b) promover motivações (comentários) breves com espírito catequético nas celebrações; c) incentivar a realização de celebrações da Palavra nos Domingos e Festas quando não há missas; d) repensar a homilia e a sua finalidade. Esta última, a finalidade da homilia, é a recomendação que a Igreja e especialmente o Papa Francisco traz como mais urgente.

Na Evangelli Gaudium, Francisco apresenta que os fiéis esperam da homilia uma profunda e nutritiva reflexão para a suas vidas que brote, essencialmente, da Palavra de Deus (EG 154). É um momento importante e que precisa estar em consonância com o todo da celebração. Algumas ideias que Francisco e a SC trazem nos ajudam a entender os motivos pelos quais a homilia merece cuidado especial.

  Antes de tudo, é preciso conhecer bem a comunidade a fim de que o responsável pela homilia (pregador) consiga adaptar sua reflexão ao grau de entendimento das pessoas. Ou seja, o conteúdo da homilia para um grupo de lideranças e para uma comunidade pode ser o mesmo. A forma de refletir, no entanto, é diferente. Seja ministro ordenado ou leigo, é preciso entender que os fiéis não são padronizados. Por isso necessitam dessa sensação de proximidade para com a Palavra para aprofundar a experiência com Cristo.   

Logo, o responsável pela homilia é alguém que sabe e gosta de estar com o seu povo, agindo com compaixão e sendo uma presença amigável. Como uma mãe que conhece bem seus filhos, o pregador faz de sua homilia um momento de aproximação com o texto sagrado. Uma virtude própria da homilia é fazer do texto sagrado algo importante para as pessoas em momentos além das celebrações ou atividades eclesiais. Surge daí o questionamento: Como a Palavra de Deus está iluminando o meu dia a dia?   

Além disso, pregador tem a desafiadora missão de conectar os anseios do povo com os anseios de Deus.  Pensemos em um abraço: as duas pessoas precisam se aproximar para esse gesto. O pregador é quem garante que estejam próximas o suficiente para que seja um abraço apertado. Portanto, é algo que exige comprometimento e seriedade. Para o pregador, prepará-la é um momento profundo de oração, pois é na presença e na escuta do Espírito Santo que surgem inspirações.

No mundo atual onde tudo é passageiro, a homilia ainda é valoroso instrumento de evangelização. Os minutos em que as pessoas estão escutando é um dos poucos momentos nos quais elas podem ouvir, refletir, aprender e cultivar a espiritualidade de seguidores de Jesus Cristo. É uma oportunidade de reforçar laços com o Senhor. Deste modo cabe ao pregador questionar-se: Como a minha pregação fortalece os laços entre Deus manifestado na Palavra e as pessoas para quem estou pregando? Essa relação entre Deus e povo é a base fundamental da pregação. Pessoalmente, eu sinto minha relação com Deus fortalecer-se através da homilia na minha comunidade?  

Por fim indica-se três características importantes da ars predicandi (arte de predicar). Simplicidade, clareza e positividade. Simplicidade para que a mensagem seja bem compreendida. Clareza para que as pessoas entendam os raciocínios que o pregador está usando. Positiva para que as pessoas se sintam animadas com a pregação. Este recurso precisa ser utilizado sempre em perspectiva evangelizadora e missionária para estar em sintonia com a provocação da Palavra: “O que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos! ” (1Jo 1,3)

 

 

 

 

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