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Artigo 10 – Laudato Si: bases e apoio científico

Artigo 10 – Laudato Si: bases e apoio científico

  Iniciamos esta construção do entendimento da encíclica Laudato Si (LS), do Papa Francisco, em dois artigos que antecedem este.

 

Iniciamos esta construção do entendimento da encíclica Laudato Si (LS), do Papa Francisco, em dois artigos que antecedem este. No primeiro, apresentamos uma visão geral sobre o documento. Já no segundo, começamos a discorrer sobre a Introdução. Neste, queremos concluir esta brevíssima análise das primeiras páginas e no próximo escrito conversaremos sobre o capítulo da LS .

Vale salientar que recomendamos a sua leitura integral na carta da LS, pois certamente terá outras percepções sobre este precioso documento.

Neste sentido, novamente, lhe convidamos a interagir conosco nas redes aqui da Arquidiocese, seja com comentários ou com análises próprias que fomentem este diálogo que nos convida a repensar nossa conduta a respeito da obra de nosso Pai.

Não sozinho, mas sustentado por especialistas

Na sua grande humildade, o Papa Francisco sabe que não tem todas as respostas e ciência de quanto está sofrendo a nossa Casa Comum. Por isso, ele pede ajuda a “inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais. […] noutras Igrejas e comunidades cristãs, bem como noutras religiões”. (LS, 7)

Este apoio e apelo à discussão não é sinal de fraqueza. Ao contrário, é uma manifestação de grandeza e reconhecimento de que todos são filhos e filhas de Deus, dotados de inteligência e criatividade, para encontrar caminhos possíveis de garantir a sobrevivência na Terra.

Pecado contra a criação

Um destes irmãos de outras Igrejas cristãs que o Papa Francisco traz na Encíclica é o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, da Igreja Ortodoxa de Alexandria, o qual Francisco se refere como “amado […] que “partilhamos a esperança da plena comunhão eclesial”.

O Patriarca compartilha um lindo pensamento que nos chama a repensar nosso papel e ações em prol do mundo em que habitamos e nos convida ao arrependimento, pois por menor que sejam, todos, de alguma forma, causamos danos ao nosso planeta. Ele diz: “Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas, quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar… tudo isso é pecado. Porque um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus.” (LS, 8).

São Francisco de Assis: modelo belo e motivador

Desde o primeiro escrito, em seu pontificado, o Papa Francisco nos convida à alegria. Ele sempre defendeu que um cristão não pode ser triste, mesmo com todos os problemas, pois temos a Vida em nós e ao nosso alcance.

Nesta encíclica, novamente, Francisco pontua a alegria do santo de Assis, o qual tomou “o nome por guia e inspiração” (LS, 10).

O Papa nos recorda que São Francisco é amado por todos, mesmo os que não tem a fé católica e nos convida a imitar o seu exemplo. Nos conta que ele defendia uma “ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade”, e que era amado por isso. Pela sua “dedicação generosa” à criação e aos necessitados. Ele conseguiu reconhecer e viver as três dimensões de forma plena: sua relação com Deus (através da Justiça), consigo mesmo (paz interior) e com os demais (cuidando da natureza e lutando por uma sociedade mais justa e menos desigual). Dele é a frase, pregue o Evangelho em todo o tempo, se necessário, use palavras.

Ainda, é importante salientar que São Francisco não se fazia pobre, pura e simplesmente como uma ascese. Outrossim, ele reconhecia a essência de Deus em cada criatura e por isso as chamava de irmão ou irmã. Sua fidelidade à Sagrada Escritura o fazia enxergar que cada ser era uma mensagem do amor e da bondade de Deus. São Boaventura conta que São Francisco pedia para que deixasse sempre um pedaço de terra sem plantar nada. Dessa forma, poderiam nascer as flores dos campos ou a relva, e encantar aos olhos de quem as quisesse contemplar.

Aliás, precisamos compreender que essa forma de pensar e de exigir de São Francisco não é um “romantismo irracional”. Mas sim, uma avaliação intelectual que supera a análise econômica e de uso dos recursos como se fossemos meros “exploradores incapazes de colocar limites nos interesses imediatos”.

O Papa nos lembra ainda (LS, 12) que o mundo é algo maior do que um problema a ser resolvido. Ele é um mistério que devemos contemplar com alegria e louvor.

Sejamos protagonistas desta mudança

Por fim, o Papa faz um apelo a cada um de nós, que é uma mudança de cultura e comportamento em prol da possibilidade de sobrevivência da vida. Assim como o Patriarca Bartolomeu propõe que passemos do “consumo ao sacrifício, da avidez à generosidade, do desperdício à capacidade de partilha, […] aprendendo a dar e não simplesmente renunciar”, o Papa nos convida ao diálogo, que deixemos “a negação do problema e a indiferença”. Também que possamos refletir sobre tecnologia, relação entre homem e natureza, economia e progresso, com debates sinceros e honestos.

Neste sentido, nos desperta a nos recordamos que o pobre é o que mais sofre e que precisamos de motivações e de um caminho educativo, para assim mudar nosso comportamento.

Que queiramos aceitar este convite e olhar para bem dentro do nosso coração, onde o Espírito Santo habita e ouvir a voz do Senhor que nos instiga a cada dia fazer diferente. Rompamos essa visão míope que nos encarcera em nós mesmos e sejamos livres para plenamente fazer a Vontade do Pai.

 

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