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A Coroa do Advento no Ano Jubilar dos 2025 Anos do Nascimento de Jesus

A Coroa do Advento no Ano Jubilar dos 2025 Anos do Nascimento de Jesus

A coroa do Advento é um verdadeiro instrumento catequético, mistagógico e espiritual, que convida os fiéis a viverem cada semana

A coroa do Advento é um dos símbolos mais conhecidos e expressivos desse tempo litúrgico que antecede o Natal. Presente em muitas igrejas, lares e espaços comunitários, ela ajuda os fiéis a viverem, de forma concreta e visível, a espera pela vinda de Jesus – o Deus Menino. Sua simplicidade carrega uma profunda riqueza espiritual, entrelaçando tradição, catequese e oração comunitária, e orientando o coração cristão para a vigilância, a esperança e a alegria que brotam da promessa de Deus.

Este ano, a coroa que acendemos possui um significado ainda mais especial, pois se insere na conclusão do Ano Jubilar que celebra os 2025 anos do nascimento de Jesus, vivido sob o lema “Peregrinos de Esperança”. À medida que alcançamos o ponto alto desse tempo de graça e nos aproximamos de seu encerramento — em nossa Igreja local, no dia 28 de dezembro de 2025 —, a coroa do Advento torna-se também um memorial jubilar. Ela nos recorda que, ao longo deste ano santo, fomos convidados a reconhecer a presença de Deus que caminha conosco, ilumina nossos passos e renova nossa confiança na esperança cristã. Assim, a cada vela acesa, não apenas celebramos a proximidade do Natal, mas também fazemos memória do caminho percorrido como povo peregrino, sustentado pela luz que nunca se apaga.

O formato circular da coroa, sem início nem fim, evoca a eternidade de Deus e o seu amor infinito. Assim como o círculo permanece contínuo, o amor divino não se esgota nem se interrompe. Esse detalhe nos recorda que a preparação para o Natal não é um evento isolado, mas parte de uma caminhada permanente de fé, que nos insere no dinamismo da história da salvação e nos convida a renovar continuamente o nosso “sim” ao Senhor. Ao redor dessa coroa, abrimos também um espaço interior para contemplar o mistério da Encarnação: o Verbo eterno, por amor, “se fez carne e veio morar no meio de nós” (Jo 1,14). Diante desse mistério, a coroa torna-se um convite silencioso à adoração, à gratidão e ao reconhecimento da presença de Deus que, entrando na nossa história, a ilumina e a transforma.

Os ramos verdes que compõem a coroa simbolizam a esperança e a vida nova que brotam da presença de Deus em nosso meio. Mesmo em tempos de provação, quando as incertezas e fragilidades humanas se tornam mais evidentes, eles recordam que Jesus é a fonte da verdadeira vida e que sua vinda renova a esperança da humanidade inteira. O verde da coroa ressoa a firmeza da promessa divina, que mantém viva a confiança do povo de Deus mesmo em meio às noites mais escuras. Essa cor também remete à vitória da vida sobre a morte, antecipando a alegria que contemplamos no nascimento do Salvador e apontando para a plenitude da redenção trazida por Ele — redenção que transforma, restaura e abre novos caminhos onde antes só havia limites e sombras. Assim, os ramos verdes tornam-se um sinal discreto, porém eloquente, da fidelidade de Deus que permanece e conduz sua Igreja.

Sobre a coroa são colocadas quatro velas, que representam cada uma das quatro semanas do Advento. Tradicionalmente, três velas são roxas – cor da penitência, da conversão e da vigilância – e uma é rosa, acesa no Terceiro Domingo do Advento, o Domingo da Alegria (Gaudete), quando a liturgia convida a comunidade a alegrar-se pela proximidade do Natal. Em algumas tradições, admitem-se outras cores com significados catequéticos, como o verde (esperança), o roxo (penitência), o rosa (alegria) e o branco (vida nova e luz do Deus Menino). A cada vela acesa, a luz aumenta, sinalizando que Jesus, luz do mundo, se aproxima para dissipar as trevas do pecado e iluminar o coração dos que o esperam.

A fita vermelha que envolve a coroa recorda que é o amor quem conduz à vida nova. Seu colorido forte evoca o amor ardente de Deus, que se entrega totalmente na Encarnação do Filho e que acompanha a humanidade em todas as etapas da história da salvação. O vermelho, cor do amor doado, também aponta para a entrega total de Jesus e para a caridade que deve marcar a vida dos discípulos nesse tempo de preparação. Assim, a fita que une os ramos simboliza o próprio amor divino que sustenta, amarra e dá sentido a todas as dimensões da vida cristã.

A coroa do Advento é um verdadeiro instrumento catequético, mistagógico e espiritual, que convida os fiéis a viverem cada semana com uma atitude específica, iluminando a caminhada e orientando o coração para a vinda do Senhor. Ela transforma a espera em preparação ativa, marcada pela oração, pela escuta da Palavra, pela vigilância e pelo compromisso de conversão. Em muitas comunidades, o acendimento das velas tornou-se um momento rico de catequese e espiritualidade, reforçando o sentido litúrgico do Advento e cultivando, de modo progressivo, a expectativa pelo Deus que vem. Assim, a coroa torna-se um sinal que une fé e vida cotidiana, traduzindo em símbolos a espera vigilante, a esperança renovada, a alegria pela proximidade do Salvador e a certeza de que Deus caminha conosco. Ao acender suas velas, a comunidade cristã proclama que a luz do Deus Menino já começa a brilhar no mundo e que o Natal é a celebração dessa presença transformadora, capaz de renovar corações e restaurar a esperança.

 

Pe. Ivanir Rodighero

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