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Clero da Arquidiocese de Passo Fundo vivenciam formação com Dom Hernaldo Pinto Farias

Clero da Arquidiocese de Passo Fundo vivenciam formação com Dom Hernaldo Pinto Farias

Nos dias 12 e 13 de maio de 2025 aconteceu na Casa de Retiros da Arquidiocese de Passo Fundo, a

Foto da Catedral

Nos dias 12 e 13 de maio de 2025 aconteceu na Casa de Retiros da Arquidiocese de Passo Fundo, a formação sobre os salmos e oração na vida presbiteral para clero da Arquidiocese, com assessoria de Dom Hernaldo P. Farias, bispo da Diocese de Bonfim, na Bahia.


O grande destaque desta formação foi centrado no Ofício Divino, ou a Liturgia das Horas como é conhecido a partir do Concílio Vaticano II. Ele destacou que essa forma de oração “é uma forma de cotidiana proximidade com Deus”.


Assim como o Ano litúrgico é um itinerário espiritual dos mistérios do Senhor, a Liturgia das Horas marca o ritmo diário e semanal, na medida em que apresenta os mistérios vividos por Cristo e pelas pessoas ao longo das horas do dia e dos dias da semana.


Em seguida apresentou o histórico sobre o Ofício Divino. Em primeiro lugar como costume judaico. Os salmos sempre fizeram parte da vida judaica, especialmente depois do exílio, como no exílio não havia sacrifícios pois o povo estava sem o templo, o canto dos salmos se tornava o sacrifício diário a Deus, a sua fonte é a experiência cotidiana da vida, eles fazem uma leitura teológica da realidade do povo.


Jesus recitou salmos na sua vida. Por exemplo o salmo 115 que diz “Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor […] é preciosa aos olhos do Senhor, a morte dos seus santos”. Muitos estudiosos acreditam que na cruz, Jesus recitou todo o salmo 22, o qual os evangelhos de Mateus (27,46) e Marcos (15,34) registram uma frase: “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”. Em muitos momentos os evangelhos registram o recolhimento e a oração de Jesus antes de momentos importantes.


As primeiras comunidades se compreendiam como comunidades orantes, eram assíduos na oração (At 1,14.24;4,23-30). Por se constituírem em grande número de judeus convertidos, tinham o costume e rezar com os salmos, com a mesma dignidade que davam à Eucaristia. Tinham horas específicas, em Pentecostes estavam reunidos na hora terça (9 horas da manhã) (At 2,15). Em At 10,9 Pedro subiu ao terraço da casa para orar ao meio-dia. Em At 3,1 Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona (três horas da tarde).


A partir do século IV aparecem duas tradições. A primeira é do bispo que rezava com os padres e o povo de manhã e à tarde como experiência diária da Páscoa de Cristo. A segunda era o ofício dos monges, rezavam de manhã (6 horas), às 9 horas, ao meio-dia, às quinze horas, as vésperas (18h), as 21 horas, às 24 horas e às 3 horas. Essas duas modalidades depois se espalharam por toda a Igreja, mas essa oração foi se tornando complexa e deixou de ser oração popular, dando lugar à prática de orações devocionais.


Na Idade Média os freis franciscanos e dominicanos espalhavam pequenos livros contendo as orações das horas principais, com letras pequenas, por isso chamados de Breviários. Ao povo começou a ser ensinado o rosário, 150 Ave-marias em substituição aos 150 salmos (essa é uma interpretação possível).


Concílio Vaticano II (SC 83-101) chama atenção para a importância de cada hora, cada uma com sua teologia. Devolveu ao povo a oração do Ofício – distribuiu os 150 salmos em quatro semanas, revisando os salmos (os versículos mais violentos foram retirados). Assim, a Igreja procurou devolver ao povo essa oração que vem de muito tempo, desde antes de Cristo.


A finalidade da oração pela Liturgia das Horas é de santificar o dia e a atividade humana e a necessidade de orar sempre, sem desistir (cf Lc 18,1-9), no desejo também de que tudo o que for feito seja santificado. A oração cristã é contemplação de Deus que se revela fiel dentro da caminhada do povo, no meio dos acontecimentos da vida. – o sofrimento como cruz de Cristo. É recolher para dentro da oração a nossa realidade pessoal para e o grito de todo o povo que sofre, que ama, que crê, que resiste esperando um amanhã melhor.


Em seguida Dom Hernaldo foi apresentando a dinâmica de cada hora, destacando que a oração das Laudes, que se reza de manhã tem o caráter da vitória da luz sobre as trevas, pois o nascer do sol, traz a luz novamente iluminando a vida, os salmos trazem a alegria pelo novo dia. Por outro lado, à tarde, quando se reza as Vésperas, se traz presente que o fim do dia não finda a confiança em Cristo, é hora de olhar para dentro de si e avaliar, pedir perdão, agradecer, confiando que o próximo dia vai vencer novamente as trevas, recorda-se também a morte, como caminho para a vida futura, trazendo a dimensão escatológica.


As horas médias (hora terça, hora sexta, hora nona) trazem a espiritualidade de cada momento do mistério pascal de Cristo.


A liturgia das horas é essencialmente liturgia bíblica, pois reza os mistérios cristãos baseado naquilo que a oração do povo bíblico traz.


No dia 14 de maio, Dom Hernaldo trabalhará com as equipes de liturgia e salmistas das comunidades sobre a importância dos salmos na liturgia.

 

Padre Dalcinei Sacheti

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