Arquidiocese de Passo Fundo
 
 
Padroeira
 
Padroeira

Em meados do século XIX, Passo Fundo era caminho obrigatório para os tropeiros. Vindos de São Paulo, interiorizavam-se pelas terras gaúchas em busca do gado “bravio”, disperso nas vastas planícies do noroeste e nordeste do Estado. Qual seria o destino desses rebanhos? Provavelmente, a feira de Sorocaba. Junto com seu espírito explorador, esses primeiros viandantes trouxeram, junto à sua bagagem cultural, a devoção a Nossa Senhora Aparecida, representada na imagem encravada em suas “bruacas de couro cru” e pelas orações que, memorizadas desde a infância, os levava a implorar o amparo da Virgem Aparecida nos momentos difíceis de sua caminhada exploratória.

Em 1827, o cabo Manuel José das Neves assumiu o comando do território que, hoje, é o município de Passo Fundo. Fiel a sua religiosidade, o Cabo Neves, como era conhecido, doou à Igreja parte das terras que havia recebido do Império, como símbolo de sua lealdade. Em 1835, autorizado pelas autoridades eclesiásticas, mandou erguer, onde hoje se localiza a Catedral Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo, uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Desde então, nos espaços públicos e familiares, a devoção a Nossa Senhora passou a marcar a religiosidade do povo da região de Passo Fundo.

Com a criação da Diocese de Passo Fundo (1951), a devoção ganhou mais força, uma vez que Nossa Senhora Aparecida foi escolhida para ser a Padroeira desta Igreja Particular e de sua Catedral Diocesana.

A devoção recebeu nova configuração no início dos anos 80. É que em 1977 foi criado o Seminário Diocesano dedicado à Nossa Senhora Aparecida e quatro anos depois, abriram-se as portas do espaço formativo. A comunidade eclesial, porém, sugeriu que, no ambiente destinado ao discernimento vocacional e para formar os futuros sacerdotes da Diocese, também houvesse um espaço, em que o Povo de Deus, pudesse homenagear a padroeira da Diocese. Protagonista da ideia, o então padre Pedro Ercílio Simon, Reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida, em reunião com os padres da Diocese, na Casa de Retiros, no mês de março de 1981, propôs a realização de romarias a Nossa Senhora Aparecida. “Ninguém jamais poderia imaginar que surgiria um grande movimento em torno dessa devoção”, lembrou Dom Ercílio, em entrevista por ocasião dos 40 anos da inauguração do Seminário.

Com o apoio de Dom Cláudio Colling, então bispo diocesano, e do clero da Diocese, surgiu, em 1981, a primeira Romaria Diocesana em honra à Nossa Senhora Aparecida. Com a elevação da Diocese à “Arquidiocese” (2011), a Romaria passou a ser denominada “Arquidiocesana”, mas continuou-se a contar o número das romarias desde 1981.

Hoje, mais de 40 anos depois, a procissão reúne cerca de 150 mil pessoas que, a cada ano, peregrinam rumo ao prédio do Seminário - que abriga, também, um Santuário dedicado à Nossa Senhora - para renovar a fé e esperança e, ainda, agradecer as bênçãos recebidas. “Se alguém tivesse imaginado a afluência de tantas pessoas, certamente teríamos construído o prédio do Seminário pelo menos cem metros mais terreno adentro, para dar lugar a uma praça maior para receber a multidão de pessoas na Romaria. (...) A Romaria tem um cunho devocional para o povo, mas nunca deverá perder o seu cunho vocacional para a juventude. Me parece que os caminhos de Deus sempre passam pelas mãos de Maria”, disse Dom Ercílio (in memoriam).

Em 2020, a Romaria Arquidiocesana foi cancelada devido a pandemia do coronavírus. Em 2021, o evento aconteceu, mas sem aglomeração dos milhares de romeiros, devido persistência da pandemia. No entanto, foi organizada uma programação especial online, ocasião em que se celebrou-se os 70 anos da criação da Diocese de Passo Fundo e 10 anos de sua elevação à Arquidiocese, com o tema: “Povo de Deus, Igreja viva edificamos!”. Na ocasião rezou-se pelos milhares de falecidos vítimas da covid-19 e por aquelas pessoas que se doaram cuidando da vida, neste momento difícil da história da humanidade.

Em 2022, sintonizando com a Campanha da Fraternidade, o tema da 41ª Romaria foi: “Maria, Mãe do Amor, mulher de sabedoria”. Em 2023, a 42ª Romaria de Arquidiocesana de Nossa Senhora Aparecida aconteceu no dia 8 de outubro.

A história dos devotos, a dedicação de várias equipes de trabalho, o empenho das lideranças eclesiais da Arquidiocese tornam a peregrinação um importante momento de consolidação e renovação da fé cristã, de solidariedade humana e fidelidade à Igreja, tendo como eixo motor a devoção popular mariana em consonância com a teologia mariana oficial.

Colaboração: Professora Selina Dal Moro, Padre Ivanir Antonio Rodighero, Padre Ivanir Antonio Rampon.
Atualizado em outubro de 2022.


 
 
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