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Confiar-se!

Confiar-se!

  Os Montes Apalaches, magna cordilheira da América do Norte, são berço de povos originários norte-americanos. O grupo étnico iroquês

 

Os Montes Apalaches, magna cordilheira da América do Norte, são berço de povos originários norte-americanos. O grupo étnico iroquês nominado Cherokee compôs expressiva população na porção leste dos Estados Unidos e atualmente habita o Planalto de Ozark, cordilheira localizada entre os rios Missouri e Arkansas. No Estado do Arkansas, a saber, existe a Reserva Indígena Cherokee.

Há um costume cultural entre a nação nativa iroquois, os Cherokees, referente ao rito de passagem da juventude à vida adulta. Conta-se que o jovem índio, acompanhado de seu pai, sobe, ao entardecer, ao ponto mais alto da montanha. O caminho, desde o pé ao todo da cordilheira, é realizado sob a guia do pai que venda os olhos do jovem cherokee, deixando-o consigo mesmo, a sós, no local determinado. O elo de confiança entre ambos precisa ser forte e profundo para que o rito tenha plena eficácia. Pelas mãos do adulto o jovem é conduzido à montanha, preferencialmente, à uma região desconhecida.

Toda experiência vivenciada pelo jovem permanecerá em sigilo, frente aos amigos e companheiros do grupo, pois, cada indivíduo precisa aprender encontrar-se consigo mesmo, com a natureza, com a ancestralidade e o transcendente neste processo de maturação humana. É significativo recordar a variação de altitude da cordilheira Apalache em seus mais de 3 mil quilômetros de extensão. As Montanhas Great Smoky do Tenessi na Carolina do Norte, por exemplo, ultrapassam os 1825 metros e o Monte Mitchell, com 2037 metros, registra o pico mais alto. Este poderá ser um dos ambientes escolhidos para a importante noite do jovem indígena que permanecerá imóvel, acordado, enfrentando o desconhecido, desprovido de visibilidade, com escuta e olfato aguçados, em busca do equilíbrio integral de seu ser. À plena aurora, ao nascer do sol, no remover da venda, o jovem descobre o pai como guardião de sua integridade. Permaneceu em silêncio pedagógico e respeitosa distância da percepção filial, mas fora zeloso cuidador do moço aprendiz.

Cada pessoa, independentemente de sua nacionalidade, grupo étnico, idioma, cor da pele, formação escolar/científica, atividade laboral, cultural, político econômica, socioeclesial, pastoral ou missionária é chamada ao discernimento, à sabedoria do compreender-se plenamente humana e totalmente divina para que possa descobrir-se parte integrante do meio ambiente, da comunidade humana, do bem comum, do todo da vida. Neste construto humano de cada indivíduo e dos diversos grupos é salutar a existência de relações e espaços saudáveis de alteridade. É responsabilidade nossa zelar por isso. Cada pessoa tem compromisso com o bem viver de outrem.

Na caminhada cristã aprende-se a viver a fraternidade, a comunhão, a partilha e o cuidado para que cada sujeito, cada criança, jovem, adulto ou ancião, sinta-se acolhido, acompanhado, promovido e integrado à vida societária e eclesial. Prima-se sempre pela não-violência, propondo paz e construindo diálogos, à luz do Evangelho, comprometidos com a edificação da Civilização do Amor. “A Igreja vive e atua na história, interagindo com a sociedade e a cultura do próprio tempo, para cumprir a sua missão de comunicar a todos os homens a novidade do anúncio cristão, na concretude das suas dificuldades, lutas e desafios, de sorte que a fé os ilumine para compreendê-las na verdade de que ‘abrir-se ao amor de Cristo é a verdadeira libertação’” (CDSI, n.524). Portanto, revisitando as palavras do Papa Francisco, ousamos criar vínculos, laços de paz e amizade, pois, “construir pontes é parte integrante da identidade cristã. Cristo veio para construir pontes entre o Pai e nós. Um cristão que não sabe construir pontes esqueceu seu Batismo.”

 

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