Elas se reúnem nas tardes de segunda-feira, na Catedral Nossa Senhora Aparecida. Mais que um grupo de mulheres, são um grupo de amigas. Mais que costurar, bordar ou fazer crochê, dedicam sua tarde para famílias que sequer conhecem. Mais que a produção de peças de roupa, elas têm, em suas mãos, amor, carinho e solidariedade. A Pastoral da Caridade, que existe – no formato como é constituída hoje – desde 1997, é responsável, essencialmente, pela confecção de enxovais para bebês. São mantas, roupinhas, meias, fraldas e outras peças que são confeccionadas a cada segunda-feira e que, depois, são doadas, principalmente, para o Hospital São Vicente de Paulo que as destina para famílias em situação de vulnerabilidade.

Doação e caridade
Mantida a partir de doações e, também, de um apoio financeiro da Catedral, a Pastoral da Caridade envolve cerca de 30 mulheres – parte da comunidade da paróquia – que se dividem no trabalho. “É um trabalho voluntário, eu não exijo nada delas. Vamos tocando conforme a nossa doação”, comenta Maria Bicca, que está à frente do trabalho de coordenação na Pastoral. Ela, que nasceu em Santa Maria, logo foi para Porto Alegre e se mudou para Passo Fundo em 1963 e, desde então, passou a frequentar a Catedral Nossa Senhora Aparecida e colaborar com a comunidade. Logo, se envolveu com os trabalhos de caridade na paróquia: já atuou junto à doação de roupas; levou comida para os presos; trabalhou junto à Cáritas Arquidiocesana atuando em um Clube de Mães, na Vila Luiza e, depois, voltou à Catedral para dar início à Pastoral da Caridade.

Amor para quem recebe e para quem dá
Para Maria, o trabalho na Pastoral é importante para quem recebe a doação, mas é essencial, também, para quem está trabalhando, produzindo e doando. “É importante não apenas para quem recebe, mas para quem está aqui trabalhando. Aqui é um espaço para conversar, para partilhar, para falar da vida. É uma terapia. Não é só o trabalho, a produção. Aqui se passa uma tarde de alegria, de encontro. Para mim também é uma terapia. É cansativo, claro. Mas é um trabalho feito com muito amor”, comenta. “Esse trabalho é muito importante. As crianças têm o privilégio de ter um enxovalzinho que, muitas vezes, não teriam condições de ter”, coloca.

Partilha e encontro
O pensamento de Maria Bicca é o mesmo de Lucia Sagin, que também participa da Pastoral. “Sabemos que estamos fazendo caridade e, além disso, temos a amizade entre nós. Passamos uma tarde juntas e formamos um grupo de amizade. Participamos das celebrações e estamos por dentro das coisas que acontecem na Igreja. Tudo isso nos fortalece”, comenta. “Através das nossas mãos, podemos colaborar com uma família, mostrar carinho”, enfatiza.

A cada ano, a Pastoral entrega, para o Hospital São Vicente de Paulo, cerca de 180 enxovais para bebês, 20 edredons, e várias outras peças para bebês. Diante de todos os resultados da Pastoral, Maria Bicca ressalta que o trabalho precisa continuar. “Quando eu não puder estar mais, só espero que alguém assuma esse trabalho. Não somos para sempre, tem hora de chegar e de partir. Eu gostaria muito que alguém assumisse porque as crianças não pedem para nascer e precisam desse carinho. Fazemos um trabalho bonito. É um capricho de todas nós, é tudo feito com carinho. Talvez eu não saiba explicar muito bem aquilo que sentimos em estar aqui, mas é tão bonito poder fazer esse trabalho.”, conclui.

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Sammara Garbelotto
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo
imprensa@arquidiocesedepassofundo.com.br
Matéria publicada no Jornal Presença Arquidiocesana em 2018