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Memória dos santos e finados: experiência de fé

Memória dos santos e finados: experiência de fé

Possamos neste final de semana, inspirados pelos santos e santas e tendo presente os entes queridos que nos precedem na

Este primeiro final de semana do mês de novembro é muito rico para a tradição cristã e, certamente um convite, neste ano jubilar, a fundamentar a esperança naquele que não decepciona, convidando a uma vida bem-aventurada e a acolher o horizonte da ressurreição como realidade possível na vida dos cristãos. Ele mesmo afirma: todo aquele que vive e crê em mim não morrerá.

No dia primeiro celebramos a Solenidade de todos os Santos e Santas, homens e mulheres que ao longo da história cristã deram um testemunho valioso de fé, vivendo com convicção e fidelidade a condição de batizados. O livro do Apocalipse os nomeia, quando martirizados, como aqueles que estavam trajados com vestes brancas e palmas nas mãos (Ap 7,9). Estavam felizes e realizados porque alvejaram suas roupas no sangue do cordeiro e agora contemplam o Senhor no seu trono glorioso (Ap 7,14).

O chamado à santidade é feito a todos os batizados e o testemunho dos santos e santas inspira a acolher e assumir este chamado explicitando o rosto mais belo da Igreja (GE 9). A celebração da Solenidade dos Santas e Santas assinala a necessidade de olharmos com atenção tais testemunhos tendo presente que é também o nosso caminho, uma peregrinação bem-aventurada (cf. Mt 5,1-12) aos olhos do Criador. E esta peregrinação é construída aqui, neste tempo e nesta vida sob a inspiração do Espírito Santo.

No segundo dia do mês de novembro trazemos presente a memória dos entes queridos que não estão presentes em nosso meio fisicamente mas permanecem vivos em nossa memória. Este dia apresenta para os cristãos alguns significados.

Primeiro sugere a reflexão sobre o horizonte da morte, uma realidade indubitável para todo o ser vivo e acolhida racionalmente mesmo que de forma dura pelo ser humano. A morte está no nosso horizonte e não temos dúvida quanto a isso. Ao longo da sua existência o ser humano tem enfrentado e tratado a morte de diferente maneiras, todavia ela permanece biologicamente como um fim posto no horizonte humano. É interessante ao visitarmos os cemitérios darmo-nos conta de que esta contingência da matéria viva e do ser humano chega para todos, cedo ou tarde, com menor ou maior enfeite. Esta realidade a ser enfrentada independe da tradição religiosa. Está no horizonte de todos. Para os que acreditam, os que têm fé na ressurreição, ela não é uma realidade definitiva. É passageira. É um passo para algo maior, a plenitude da ressurreição. Ela não é o horizonte definitivo. O horizonte definitivo é a vida ressuscitada. Sobre a morte não existe dúvidas. Mas quanto à ressurreição é um ato de fé. É questão de acreditar. Por isso, Paulo afirmava à comunidade dos Tessalonicenses: se cremos que Cristo morreu e ressuscitou assim também os que morrem em Jesus Deus há de levá-los em sua companhia (1Tess 4,14).

A morte está no horizonte humano em geral e a memória está no horizonte afetivo dos que amam. A memória do ente querido, tolhido pela morte, permite que sua história não se perca com o último suspiro. É bom mantermos a memória dos entes queridos. Ela não se perderá. O dia de finados, de uma forma toda especial, permite manter viva a memória dos que foram importantes na vida de uma pessoa, família ou comunidade.  É coisa que o tempo não poderá apagar.  A memória não é desesperada, sem esperança. É conformada à contingência humana e ao ciclo da vida, àquela experiência que Paulo viveu, combateu o bom combate, guardou a fé.

Este dia tem a marca de alguns símbolos. Leva-se flores como gesto de afeto. É o acompanhamento da memória. Se a memória está na mente e no coração, as flores estão nas mãos. Demonstra-se o afeto e o carinho. Não importa a qualidade ou o formato. O gesto de levar flores é que pesa e significa. O ato de levar flores é humano. Vem acompanhado de um ato de fé. Acende-se velas. Parece que se está prestando contas ao ente querido. Como se diz. Estou aqui, vivo como esta vela. Não esqueci de você. Esta vela é uma oferta a Deus pela dádiva da vida que tenho e agradecimento pela vida que tivemos.

Junto às flores e à vela vêm a prece e a oração. Ela pode ser formal ou espontânea. É o diálogo com o ente querido o tendo como intercessor ou o diálogo com o criador. A oração é um ato de fé. Quem não acredita não reza. Reza-se porque acredita-se na ressurreição como última palavra sobre a vida humana e reza-se como ato de comunhão com aqueles que nos precedem na eternidade.

Possamos neste final de semana, inspirados pelos santos e santas e tendo presente os entes queridos que nos precedem na eternidade reforçar a nossa fé enquanto peregrinos de esperança.

 

Pe. Ari Antonio dos Reis – Coordenador de Pastoral

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30 de outubro de 2025

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